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Atualizado em 07/03/06 às 19h

Sessenta por cento dos ônibus de Curitiba e região metropolitana devem voltar a transportar passageiros até as 18h desta terça-feira (7). A decisão foi determinada pelo procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ricardo Bruell da Silveira, após se reunir durante à tarde com representantes dos motoristas e das empresas de transporte.

A greve dos motoristas e cobradores deve continuar até a próxima quinta-feira (9). Caso o Sindicato dos Motoristas e Cobradores nas Empresas de Transporte de Passageiros (Sindimoc) e Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) não entrem em um acordo para definir o reajuste da categoria, a decisão será tomada pelo MPT.

Outra determinação definida nesta tarde é que até o fim da greve pelo menos 40% dos 2.653 ônibus totais estejam rodando. Os horários que deverão ter 60% são entre as 5h às 9h e 18h às 21h, considerados horários de pico.

O presidente do Sindimoc, Denilson Pires, disse que acha muito difícil que a determinação seja atendida. Porém, ele afirmou que irão trabalhar para colocar o mínimo exigido nas ruas. Mas ressalta que o sindicato está disposto a pagar a multa, fixada em R$ 50 mil reais, caso não consigam colocar em operação de 60% dos ônibus.

Por outro lado, o presidente do Setransp, Ricardo Coleto, afirmou que vai tentar colocar a frota o quanto antes nas ruas. O objetivo é que até as 17h parte dos ônibus já esteja operando.

Também participaram da reunião representantes da Urbs, empresa que administra o transporte coletivo em Curitiba e região metropolitana, e da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec).

Lotações

Desde o começo da terça-feira, a Urbs cadastrou proprietários de veículos de passageiros interessados em fazer o trabalho de lotação. A permissão se expira ao fim da greve.

Os veículos cadastrados recebem um adesivo com a autorização da Urbs que deve ser fixado no pára-brisa do veículo. O preço máximo que cada lotação pode cobrar por passageiro é de R$ 4.

Até o fim da tarde cerca de 500 veículos haviam sido cadastrados.

Veículos depredados

Cento e nove ônibus foram depredados nesta terça durante a greve dos motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana. De acordo com o Setransp, entre as 28 empresas que prestam o serviço a mais atingida foi a Expresso Azul, com 44 ônibus danificados.

Os estragos nos veículos estão sendo causados pelos próprios grevistas para evitar que ônibus transportem passageiros. Cerca de 80 pneus já foram furados e oito veículos tiveram os vidros quebrados.

Serviços públicos

Alguns setores dos serviços públicos foram prejudicados por causa da greve. De acordo com o site da Prefeitura de Curitiba, o número de atendimentos ficou 30% abaixo da média nos postos de saúde.

Das 439 creches e escolas, pelo menos 20 não funcionaram e outras 73 tiveram funcionamento precário. Um dos bairros que mais sofreram com a greve foi o Pinheirinho. No bairro, dos 22 órgãos de educação, 14 ficaram sem atendimento.

Os serviços de coleta do lixo, ainda segundo a prefeitura, sofreram uma redução de quase 60% no período da manhã. Dos 46 caminhões que funcionam normalmente, apenas 21 puderam fazer os serviços no início do expediente por falta de funcionários.

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