Relembre dez julgamentos que marcaram 2012

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Casos que tiveram grande repercussão em todo o estado foram julgados em 2012. A Gazeta do Povo selecionou dez dos julgamentos criminais mais importantes realizados ao longo do ano. São crimes que chamaram a atenção por diversos motivos: pela crueldade ou pela circunstância com que foram cometidos, pelas vítimas ou pelos autores.

Um dos casos de mais destaque foi o de um dos acusados de ter matado a estudante universitária Amanda Rossi, em Londrina. O "caso Centronic", que teve repercussão em Curitiba, também teve novos capítulos em 2012, com julgamentos de dois réus, que foram condenados.

Confira a lista:

1 -- Universitária assassinada: em novembro de 2012, o terceiro acusado de matar a universitária Amanda Rossi foi condenado por homicídio triplamente qualificado: meio cruel, sem chances de defesa e por promessa de recompensa. O réu Luiz Vieira Rocha, de 38 anos, foi condenado a 38 anos de prisão. Amanda Rossi foi assassinada em 27 de outubro de 2007, em Londrina, no Norte do Paraná. O corpo da moça foi encontrado dois dias depois do crime, na casa de máquinas da Universidade Norte do Paraná (Unopar), onde estudava. Uma professora foi indiciada como mandante do assassinato.Leia mais em:

2 -- Herdeiro da Disapel: em fevereiro, a Justiça confirmou a condenação do advogado Guilherme Navarro Lins de Souza, acusado de ser o mandante do assassinato de Paulo Gustavo de Freitas Turkiewicz, herdeiro da antiga rede de lojas Disapel. O réu havia sido condenado a 22 anos de prisão. Ele recorreu da decisão, mas a 1ª Câmara Criminal do Tribunal do Juri do Paraná (TJ-PR) manteve a condenação. Turkiewicz foi morto com três tiros na cabeça e um no tórax, em abril de 2003, no estacionamento de uma academia de tênis localizada no bairro Santa Felicidade. Na época do assassinato, ele tinha 31 anos.

3 -- Quadrilha de traficantes: em setembro, dez pessoas apontadas como integrantes de uma quadrilha que traficava grandes volumes de cocaína da Bolívia para Curitiba foram condenadas pela Justiça Justiça Federal. As penas variam de 10 a 22 anos de reclusão, em regime fechado. Entre os condenados estão Lourival Pires Ribeiro (conhecido como "Juca Pires") e filho dele, Robson Pires Ribeiro. Eles são apontados como os líderes da quadrilha e foram condenados às maiores penas: 22 e 19 anos de reclusão, respectivamente. O grupo criminoso havia sido preso em junho de 2011 pela Polícia Federal, na Operação Catimbó.

4 -- Caso Centronic: terceiro acusado de envolvimento na morte do estudante Bruno Strobel Coelho, o vigilante Eliando Luiz Marconcini foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão, por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Quando o crime ocorreu, em 2007, em Curitiba, Marconcini era funcionário da empresa de segurança Centronic. Bruno foi flagrado por vigilantes enquanto pichava um muro. O jovem foi sequestrado, torturado e morto. Em 2010, outro vigilante, Ricardo Cordeiro Reysel já havia sido condenado pelo crime.

5 -- Chacina em umbanda: John Enver Machado e Adans Garcia de Lima foram condenados, respectivamente, a 149 e a 143 anos de prisão, por envolvimento em uma chacina ocorrida em 2007, em um terreiro de umbanda no bairro Fazendinha, em Curitiba. Cinco pessoas morreram. De acordo com as investigações, os acusados moravam em um quarto alugado em uma casa que ficava no terreiro, mas foram expulsos da residência pelo pai de santo. Dias depois, eles voltaram e abriram fogo, quando estava sendo realizada uma sessão de umbanda. Os advogados recorreram da decisão.

6 -- Tripulantes absolvidos: cinco marinheiros de um navio mercante de bandeira turca, acusados de terem lançado ao mar o camaronês Wilfred Happy Ondobo, foram absolvidos dos crimes de homicídio, racismo e tortura. O caso ocorreu em junho, quando o camaronês foi resgatado no Litoral do Paraná, a 15 quilômetros da costa. O júri acatou a tese da defesa, que negou que os marinheiros acusados tivessem encontrado o clandestino do navio.

7 -- Sem-terras assassinados: dois homens foram condenados pela morte do trabalhador rural sem-terra Sebastião Camargo, ocorrido em Marilena, no Noroeste do Paraná, há 14 anos. Osnir Sanches pegou 13 anos de prisão e Teissin Tina, seis anos, mas eles poderão recorrer da decisão em liberdade. O crime ocorreu em fevereiro de 1998. Um grupo de pistoleiros chegou a uma fazendo ocupada pelo MST e mandou todos se deitarem. Sebastião tinha um problema cervical e não pôde cumprir a ordem. Ele foi assassinado a tiros.

8 -- Duplo homicídio em Foz: em outubro, Daniel Merbold, de 24 anos, foi condenado a 78 anos de prisão pelo assassinato de dois jovens, que lanchavam em frente a uma casa noturna de Foz do Iguaçu, no Oeste do estado. Na sentença, o juiz destacou que as vítimas - Johnny André Matos Glasser, de 19 anos, e Marcos Antônio Holdefer, de 18 anos – foram assassinadas de maneira covarde e sem chance de defesa. O magistrado acrescentou que os jovens mortos eram universitários, trabalhadores e muito conhecidos na cidade. A defesa recorre da decisão.

9 -- Universitário morto: o ex-policial militar Omar Assaf Júnior foi condenado a 16 anos de prisão em regime fechado pela morte do estudante de Direito Thiago Klemtz de Abreu Pessoa. Em 2009, quando o crime foi cometido, Assaf Júnior era policial e foi expulso da corporação em abril de 2011. O julgamento ocorreu sem a presença do ex-PM, que está foragido. Thiago Klemtz foi morto na saída de uma festa ocorrida na Sociedade Harmonia, no bairro Bigorrilho, em Curitiba. Um grupo que havia sido retirado da casa noturna atirava pedras contra o local. A vítima foi atingida por dois tiros no tórax e um na cabeça.

10 -- Morte em ritual: os três réus acusados de matar a menina Giovanna dos Reis Costa, em 2006, foram absolvidos em julgamento realizado em março de 2012, em Curitiba. O vendedor autônomo Pero Petrovitch Theodoro Vich e a mãe dele, a cigana Vera Petrovich (conhecida como cartomante Diva), e também o vendedor Renato Michel foram isentados de culpa, por falta de provas. Segundo o advogado, houve falhas na investigação. O crime ocorreu em Quatro Barras, em um suposto ritual de magia negra.