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 Meio ambiente

Ritmo de regeneração das araucárias é preocupante

Tanto a araucária como a mata com araucária estão ameaçadas de extinção. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Tanto a araucária como a mata com araucária estão ameaçadas de extinção. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

No campo ou na cidade, quase não se vê mais araucárias novas, com menos de 30 anos de idade. A situação colocaria em risco a recuperação da espécie, já ameaçada de extinção. O alerta é feito pelo professor Flávio Zanette, da Universidade Federal do Paraná, um dos principais pesquisadores da árvore-símbolo do Paraná. Com três décadas de dedicação ao assunto, ele comenta que cada vez percebe menos pinheiros jovens e que são necessárias medidas urgentes para que a espécie volte a brotar no estado.

Como parte de uma política de desbravamento do Paraná, o corte de araucária chegou a ser incentivado por governos no século passado. Mas o avanço sobre as áreas foi tamanho que em 1992 o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) colocou a araucária na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção.

O alerta não foi suficiente para frear o desmatamento e em 2001 veio a medida mais controversa: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) decidiu proibir o corte de araucárias – com algumas exceções específicas, como manejo de áreas plantadas e extração em casos de risco de queda, por exemplo. A proibição foi aplaudida por ambientalistas, que enxergam nessa decisão desesperada a única maneira de impedir o desaparecimento do pouco que resta. Contudo, a legislação muito restritiva pode ter também criado problemas. Para Zanette, em muitos casos, a araucária virou uma “espécie maldita”, arrancada por produtores logo que brota. Tal situação teria contribuído para diminuir a renovação.

Clóvis Borges, da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), a política de restrições foi necessária mas insuficiente, por não ter sido combinada com outras ações de incentivo à conservação. “Uma coisa é restaurar áreas que foram degradadas e plantar árvores e outra é assegurar a biodiversidade original, que se perde com a destruição dos remanescentes”, diz. Borges acredita que além de não estar se renovando, a espécie e principalmente a mata com araucária estão sendo ainda mais dizimadas, graças a políticas públicas equivocadas.

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