- Acareação aponta skinhead que desferiu uma das facadas que matou jovem
- Outro skinhead acusado de matar jovem se apresenta, mas é liberado
- Acusado diz à polícia que três skinheads esfaquearam jovem
- Suspeito por matar rapaz a facadas no São Francisco se apresenta à polícia
- Jovem assassinado por skinheads foi confundido com punk, diz a polícia
O jovem integrante de um grupo de skinheads e acusado de ser o autor de uma das facadas que mataram Lucas Augusto de Carvalho, de 18 anos, se entregou à polícia, nesta quarta-feira (6). Gabriel de Oliveira Cata Preta, também de 18 anos, teve sua prisão temporária decretada pela Justiça e está detido na carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). O crime foi cometido no dia 5 de setembro, nas proximidades do Shopping Mueller, em Curitiba.
Cata Preta assumiu que integrava uma facção de skinheads. O rapaz ainda confirmou que estava com o grupo que perseguiu Carvalho, mas negou que tenha desferido uma facada contra a vítima. "Eu vi que todos [os skinheads] correram atrás de algumas pessoas e fui atrás. Quando eu cheguei, o cara já estava caído no chão e sangrando", disse.
Em entrevista à Gazeta do Povo, Cata Preta disse que pensava em se "aposentar" da facção e lamentou não ter se desligado dos skinheads antes. "Eu estou desde os 13 anos nessa e estava fazendo muita coisa errada", afirmou.
A polícia teve acesso a uma série de imagens em que Cata Preta aparece com outros skinheads. Uma das fotos, mostra 13 jovens entre os quais, o acusado com o rosto coberto, fazendo uma saudação nazista. Outra imagem mostra Cata Preta fazendo o mesmo gesto ao lado de outro integrante da facção.
Apesar de Cata Preta negar que tenha agredido a vítima, o delegado Vinícius Martins, responsável pelas investigações afirmou que, para a polícia, o acusado foi um dos que esfaqueou o garoto. "O inquérito policial está bem documentado e várias evidências apontam que Cata Preta deu um dos golpes de faca", disse o delegado.
Outro identificado
Nesta quarta-feira, a DFR identificou outro acusado de participar do crime: Jean Michael Zampiva Mattos, o "Sombra", de 23 anos. A imagem do suspeito foi reconhecida por Cata Preta, que confirmou que Mattos também estava com o grupo de skinheads e que participou da perseguição de Carvalho.
Indícios
Na semana passada, a polícia realizou uma acareação com a participação de Fernando Santana que também está preso, acusado de participação no crime apontou que Cata Preta teria esfaqueado Carvalho na altura dos olhos. A tese bate com um lado preliminar do Instituto Médico-Legal (IML), que comprovou que a vítima apresentava uma perfuração causada por arma branca na região temporal.
Cata Preta e Santana foram indiciados por homicídio duplamente qualificado. A prisão temporária tem duração de 30 dias.
A polícia trabalhar para identificar Pedro "Pepo" - que residiria no Centro de Curitiba - e Henrique, Hugo e Ezequiel - que seriam moradores das proximidades do Terminal de Piraquara, na região metropolitana.
"Queremos identificar estes integrantes que faltam. Por isso, pedimos apoio da população, que pode colaborar anonimamente", disse o delegado. As informações podem ser repassadas à DFR pelos números 181 e (41) 3218-6100.
O crime
Carvalho foi assassinado por volta das 19h15, depois de ter saído do Shopping Mueller, acompanhado de um grupo de amigos. Eles foram perseguidos por sete skinheads e, na fuga, se separaram. Lucas Carvalho e um amigo foram alcançados próximo ao Cemitério Municipal.
De acordo com a polícia, Cata Preta e Mattos seguraram Carvalho pelo braço e os outros integrantes do grupo começaram a agredi-lo. A vítima foi atingida com vários golpes de faca e morreu a caminho do hospital. "De acordo com as investigações, as facadas foram dadas por Cata Preta, Mattos e por Santana", apontou o delegado.
Depois de cometerem o crime, os skinheads foram ao apartamento de Carlos Rodrigo Saraiva para lavar as facas. Saraiva chegou a ser detido, mas foi liberado porque a polícia constatou que ele não participou do crime.
Motivação
Lucas Carvalho teria sido assassinado por engano, confundido com um punk que, há cerca de dois meses, atacou Santana. Após sofrer o atentado, ele teria passado a andar armado com uma faca.
Cata Preta confirmou esta tese. Segundo ele, Santana teria incitado a perseguição, dizendo que Carvalho se parecia com um rapaz que estava com um punk que teria lhe atacado.
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