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tragédia em minas gerais

Sobe para 25 número de desaparecidos após rompimento de barragens em Mariana

Moradores de alguns vilarejos cobertos pela lama, segundo o prefeito, se negaram a deixar suas casas e seguem ilhados | Antonio Cruz/Agência Brasil
Moradores de alguns vilarejos cobertos pela lama, segundo o prefeito, se negaram a deixar suas casas e seguem ilhados (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Subiu para 25 o número de desaparecidos após o rompimento de duas barragens em Bento Rodrigues, distrito de Mariana (MG). A informação foi dada pelo prefeito de Mariana, Duarte Júnior, em entrevista coletiva na tarde deste sábado (7). Segundo ele, além dos 13 trabalhadores que estavam na barragem de Fundão na hora do rompimento, há 12 moradores da região.

Moradores de alguns vilarejos cobertos pela lama, segundo o prefeito, se negaram a deixar suas casas e seguem ilhados. O prefeito disse ainda que manterá equipes de vigilância 24 horas para evitar roubos e saques em locais onde o acesso não está totalmente bloqueado, caso do subdistrito de Paracatu.

Estão instaladas em hotéis 557 pessoas que tiveram as casas atingidas pela lama. Outras aproximadamente 200 estão em casas de parentes e amigos.

Aviso sonoro

A mineradora Samarco, responsável pelas estruturas danificadas, decidiu instalar neste sábado (8) avisos sonoros próximo ao local do acidente.

A falta de sirenes que alertassem a população do subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, sobre o rompimento da barragem foi criticada por moradores e pelo prefeito .

Em entrevista à Agência Brasil, ele disse que a decisão da empresa de telefonar para a Defesa Civil, prefeitura e líderes comunitários não foi adequada porque a lama chegou ao povoado em cerca de dez minutos. “O ideal era que houvesse uma sirene, um botão de pânico”, afirmou. “A verdade precisa ser dita e as responsabilidades, apuradas”, ressaltou.

Bombeiros e a empresa Samarco monitoram a segurança da estrutura de uma terceira barragem no local, além da extensão da mancha de lama, que já ultrapassou um raio de 100 km e pode atingir mais 15 cidades em Minas e Espírito Santo.

O avanço da lama, além de elevar o nível dos rios, ameaça afetar o abastecimento de água dos municípios, que já informaram que estão alertas para uma eventual necessidade de suspender o serviço.

Na sexta (6), em entrevista, a empresa confirmou que não havia sirenes e disse que usou o telefone para avisar alguns líderes da comunidade, além da prefeitura e Defesa Civil, de que a primeira barragem, a do Fundão, havia se rompido.

Na ocasião, o gerente-geral de projetos da empresa, Germano Lopes, disse que o alerta da forma como foi feito seguiu a lei federal, que não especifica a necessidade de avisos sonoros. O aviso, ainda segundo o engenheiro, constava no plano de ação emergencial aprovado pelos órgãos fiscalizadores.

Neste sábado, a empresa decidiu espalhar veículos “em pontos estratégicos com aviso sonoro caso seja necessário”. Segundo Lopes, a medida foi “solicitada pela equipe de resgate para facilitar a comunicação”.

Contaminação

Funcionários da empresa descartaram que há risco de contaminação do solo ou dos moradores por metais pesados que poderiam estar presentes na lama de rejeitos.

De acordo com a Samarco, o material foi classificado como “atóxico e inerte” e não contém metais pesados, mas que, para consumo humano, é necessário de tratamento prévio.

Questionado se há um plano de conter a lama para evitar sua propagação, o gerente-geral da mineradora disse que ainda não há informações técnicas que permitam dizer se é possível ou não a medida.

Apesar da expansão da mancha, a Defesa Civil Estadual informou que ela já perde velocidade – havia previsão de que chegasse ao Espírito Santo pela manhã, mas à tarde nova avaliação postergou para terça.

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