No sexto dia de investigações, a Polícia Civil gaúcha concluiu que houve "dolo eventual" na tragédia que matou 236 pessoas na boate Kiss, na madrugada de domingo.

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Ainda faltam laudos periciais para confirmar as causas do acidente - que, para os policiais, estão bem definidas -, mas já foram tomados 72 depoimentos."A polícia já tem uma ideia formatada de que as pessoas que estão presas agiram, de muitas maneiras, assumindo um risco de produzir dano", o que caracteriza o dolo eventual, disse o delegado Sandro Meiners.

Estão presos desde segunda-feira Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, donos da boate, Marcelo de Jesus Santos e Luciano Bonilha, cantor e produtor da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava quando o incêndio começou.Ontem, a Justiça atendeu ao pedido da polícia e prorrogou por mais 30 dias a prisão temporária dos quatro.

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No final da tarde, policiais civis cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa de Spohr, um dos sócios. O delegado disse que a polícia procurava documentos, mas não revelou quais.

Dolo

Segundo as investigações, o fogo começou quando faíscas de um sinalizador usado pelo vocalista do grupo atingiu a espuma de revestimento do teto da boate.A espuma, altamente inflamável, foi instalada pelos donos da boate, segundo a polícia, mas não poderia ter sido usada daquele modo. Já o artefato pirotécnico usado pela banda era indicado para uso em áreas abertas e, mesmo sabendo disso, os músicos o lançaram dentro da boate.

A polícia não descarta indiciar mais pessoas como responsáveis pela tragédia. Também afirma que vai investigar as responsabilidades dos agentes públicos que deveriam ter fiscalizado o local.O alvará do Corpo do Bombeiros da Kiss estava vencido desde agosto de 2012. Esse documento requer, para ser renovado, vistorias anuais, para verificar que o ambiente está em conformidade com as normas de segurança.

O alvará dos bombeiros é pré-requisito para que a boate tenha alvará de funcionamento, expedido pela prefeitura.

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