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Vans e carros foram autorizados a cobrar até R$ 5 por passagem ontem | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Vans e carros foram autorizados a cobrar até R$ 5 por passagem ontem| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Dia perdido e medo de alta na tarifa

Quando viu as notícias de que 30% dos ônibus da capital iriam circular nesta terça-feira, o estudante de doutorado da UFPR Leandro Santos (foto), de 32 anos, não imaginou que teria seria tão difícil chegar até a universidade. "Pego o ônibus Santa Bárbara ou o Petrópolis para ir até a faculdade e tinha de chegar às 8 horas na aula. Como foi noticiado que 30% dos ônibus estariam nas ruas, eu resolvi encarar", diz. Ao não ver ônibus circulando, ele ligou para o 156 e foi avisado do porcentual dos ônibus que deveriam estar operando, o que não ocorreu. Mais do que perder um dia importante no trabalho que realiza na faculdade, o estudante teme que a negociação entre funcionários e patrões termine com uma tarifa de ônibus mais cara.

  • Leandro Santos não imaginou que teria seria tão difícil chegar até a universidade

Diante da resistência dos trabalhadores em respeitar a decisão judicial de manter 80% da frota funcionando, o serviço de transporte particular foi autorizado ontem à tarde pela Urbanização de Curitiba S/A (Urbs). No total, 92 veículos receberam a autorização para o fretamento depois de passarem por uma vistoria.

Vans e carros particulares credenciados podem cobrar até R$ 5 por pessoa e são obrigados a exibir o documento de autorização no painel. Eles também foram liberados para trafegar pelas canaletas exclusivas. Segundo a Urbs, caso os ônibus voltem a circular hoje, o serviço particular fica proibido.

De manhã, mesmo sem autorização formal, algumas pessoas ofereciam o serviço de transporte particular. Uma delas era Antônio Gonçalves, 61 anos, proprietário de uma gráfica. Com um megafone, ele anunciava que faria o trajeto da Praça Rui Barbosa até o Terminal do Fazendinha ao custo de R$ 5 por pessoa. "Não preciso do dinheiro. Faço para ajudar quem não tem transporte", disse.

Por causa da greve, a procura por empresas que oferecem serviços de ônibus e vans fretadas também cresceu. Mas, apesar da procura, as empresas de fretamento não conseguiram atender a essa demanda porque já não havia veículos disponíveis para o serviço.

Usuários têm dificuldades para pedir táxi

Heliberton Cesca

O curitibano enfrentou dificuldade de pegar táxis ao longo de todo o dia. Até as 21 horas, ainda era muito complicado completar a ligação para uma radiotáxi e solicitar uma corrida. Todas as linhas estavam ocupadas e era preciso tentar várias vezes até conseguir ser atendido.

O taxista Edson Fernandes, associado de uma das seis radiostáxis da cidade, disse que à noite eles ainda trabalhavam para tentar diminuir a fila de espera por uma corrida, que em alguns casos chegava a várias horas.

A dificuldade para conseguir uma corrida deve continuar hoje, com a continuação da greve. As associações não estão agendando corridas por causa da grande demanda. O dirigente de uma delas disse que não há condições desde o início da greve dos ônibus de garantir o compromisso de pegar um usuário em determinado horário.

Somente em alguns momentos da tarde era possível encontrar taxistas parados nos pontos, mas apenas aqueles não vinculados as radiotáxis. Os táxis foram autorizados excepcionalmente a circular nas canaletas dos biarticulados para escapar dos congestionamentos.

A dificuldade em pegar um táxi ontem evidenciou mais uma vez a necessidade de ampliar o número de licenças. Hoje, a frota é de 1.252 carros. A previsão é quase triplicar esse número até 2014, quando Curitiba será uma das subsedes da Copa do Mundo.

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