Um vigilante denunciou oficialmente ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) policiais militares por tortura, em Curitiba. O homem afirma ter sido preso e levado a uma unidade da Polícia Militar (PM), onde teria sido espancado para confessar a venda de uma moto roubada. De acordo com a denúncia, os policiais pegaram dinheiro da vítima.
A tortura teria ocorrido na tarde de 15 de agosto, quando o vigilante que não estava em serviço permanecia em um bar, no Sítio Cercado. Policiais militares prenderam um homem que teria acabado de comprar uma moto roubada. Como a descrição do vigilante batia com a do homem que teria vendido a motocicleta, ele foi abordado pelos PMs. "Eles desconfiaram de mim, porque eu estava com dinheiro no bolso", contou o homem.
De acordo com o vigilante, os policiais colocaram-no na viatura e levaram-no algemado à sede da 4ª Companhia do 13º Batalhão da PM. Lá, ele teria sido agredido por 50 minutos, por cinco PMs. "Eu apanhei feito um cachorro. Me deram socos, chutes, pontapés em tudo que é lugar. Tentaram me afogar no vaso sanitário. Também fizeram muita tortura psicológica. Me chamaram de bandido", afirma a vítima.
O homem só teria sido liberado depois que os policiais fizeram uma acareação. O comprador da moto roubada não reconheceu o vigilante como quem vendeu a motocicleta. Quando deixava a companhia, o homem ainda teria sido ameaçado a não denunciar o caso às autoridades. "Um policial me falou para ter cuidado, porque quem fala muito é atingido por balas perdidas", disse. O vigilante acusa ainda que os policiais devolveram a carteira dele com menos dinheiro do que havia. Cerca de R$ 500 teriam desaparecido.
PM diz que vigilante foi preso por desacatoO comandante do 13º Batalhão, coronel Carlos Sussumo Ota, disse que a corporação vai investigar as denúncias, mas aponta que o vigilante havia sido conduzido à companhia por desacato à autoridade e por resistência à prisão. "Ele foi levado porque na 4ª Companhia tem um cartório, onde ele assinou um termo circunstanciado e foi liberado", disse.
Em relação às marcas de algemas que ficaram nos pulsos do vigilante e dos hematomas no corpo, o coronel disse que os policiais alegaram que após ser preso o homem tentava reagir. "Já na companhia, ele se alterou e começou a se debater", apontou Sussumo Ota.
O coronel informou que aguarda a chegada das denúncias à PM para denifir que tipo de procedimento adotar. "Vamos juntar estes documentos e avaliar. Ou abrir um inquérito ou sindicância", disse.
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