- Suspeitos de matar Louise devem ficar presos até o julgamento
- Polícia faz reconstituição da morte de Louise; suspeitos seguem presos
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- Suspeito de envolvimento na morte de Louise Maeda se entrega à polícia
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A universitária Louise Sayuri Maeda, assassinada em maio deste ano, foi morta por vingança. A conclusão é do delegado Marcelo Lemos de Oliveira, que deu detalhes sobre o fim das investigações em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (18). Os três acusados de participação no crime foram indiciados por homicídio qualificado e por ocultação de cadáver, e permanecem presos.
Louise, que era supervisora de uma iogurteria na qual trabalhavam duas suspeitas, estaria descontente com a conduta profissional de uma delas: Márcia do Nascimento, de 21 anos. Segundo o delegado, no início de maio, Louise descobriu uma série de irregularidades cometidas pela colega e sugeriu aos proprietários da empresa que demitissem a funcionária. "Márcia tinha verdadeiro ódio de Louise, embora disfarçasse, fingindo-se de amiga. Foi ela quem arquitetou todo este plano de vingança", disse o delegado.
Dentre as irregularidades cometidas por Márcia, estariam pequenos desvios do caixa da empresa. "Eram valores pequenos, de até R$ 30 por dia, que estavam dentro da margem de erro da contabilidade e que, por isso, não foram detectados em auditoria", explicou Lemos de Oliveira.
O crime
Segundo a polícia, Márcia convenceu sua colega Fabiana Perpétua de Oliveira, de 20 anos, a convidar a vítima para ir a um barzinho. No dia 31 de maio, Louise e Fabiana deixaram juntas o Shopping Mueller, onde fica a iogurteria em que trabalhavam. Elas entraram em um Gol, onde Márcia e o outro acusado Elvis de Souza, de 20 anos as esperavam.
Eles seguiram até o bairro Campo de Santana, onde Márcia simulou passar mal. Fora do carro, Louise foi levada a um ponto isolado, onde foi executada. Segundo o delegado, Élvis encostou a arma na cabeça da vítima e efetuou o primeiro disparo. Márcia teria tomado o revólver e atirado uma segunda vez. Em seguida, os dois teriam jogado o corpo de Louise no Rio Iguaçu. O cadáver foi encontrado 17 dias depois, em avançado estado de decomposição, em uma cava do rio.
De acordo com o relatório final da polícia, Fabiana permaneceu no carro durante a execução. Mesmo assim, os três foram indiciados pelo crime. "Ela [Fabiana] aderiu sua conduta ao homicídio praticado. Ela assumiu o risco e concorreu para a prática do homicídio", apontou Lemos de Oliveira. A prisão preventiva dos acusados foi expedida pela Justiça no sábado (16). Os três devem ficar presos até o julgamento.Vítima "virtual"
As investigações apontam que outra funcionária da iogurteria, que também sairia com o grupo na noite da execução, também seria assassinada. A mulher que não teve a identidade revelada desistiu de ir ao barzinho na última hora, porque teria tirado nota baixa em uma prova da faculdade. "Essa vítima virtual acabou escapando da morte, porque, em depoimento, Elvis [de Souza], disse que essa outra funcionária também seria morta, como queima de arquivo", disse o delegado.
Embora os detalhes tenham sido revelados somente nesta segunda-feira, o inquérito policial foi concluído na quarta-feira (13) e, segundo Lemos de Oliveira, está embasado em provas "robustas e consistentes". Se condenados por homicídio qualificado, cada um dos três acusados pode pegar de 12 a 20 anos de reclusão. A pena prevista para ocultação de cadáver é de 1 a 3 anos, segundo o delegado.
Para auxiliar em um eventual júri popular, a polícia realizou, na noite de sexta-feira (15), uma reconstituição simulada dos fatos. O procedimento foi realizado com base no depoimento de cada um dos três acusados.
Relembre o caso
Louise desapareceu em 31 de maio após sair do trabalho. Ela era supervisora de uma iogurteria em um shopping da capital.
O corpo foi encontrado no dia 17 de junho em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba. O cadáver trajava as roupas que a universitária usava quando desapareceu, mas como estava em avançado estado de decomposição, o reconhecimento foi feito por meio de um exame papiloscópico (de confronto de digitais) no IML.
Márcia e Fabiana foram detidas na madrugada seguinte à confirmação da morte da universitária, suspeitas de participar do assassinato com a ajuda de um rapaz. Élvis se entregou à polícia somente no dia 23 de junho, mesma data em que a família fez a cerimônia de despedida e que o corpo de Louise foi cremado.