O advogado José Antônio Almeida, que defende o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares, quer adiar o depoimento de Tavares no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob a alegação de que a defesa não teve acesso à íntegra dos autos processuais.

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Segundo o advogado, o ex-governador será o primeiro a ser ouvido pela ministra do STJ Eliana Calmon na tarde desta segunda-feira, quando começam os depoimentos dos presos na Operação Navalha, deflagrada no último 17 pela Polícia Federal (PF).

- Pediram que nós comprássemos 20 DVDs virgens para cópias de vários filmes que foram feitos nas diligências policiais. Mas ainda não recebemos esse material. Quer dizer, não sabemos o que consta lá antes de o cliente depor - disse o advogado neste domingo, na Superintendência da PF.

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Ele acrescenta que os autos do processo foram entregues em papel, com execção de um volume, que estaria sob a posse da ministra do STJ.

- Então, olhamos uma coisa incompleta. Isso é um cerceamento de defesa. Nós vamos pedir que ela [Eliana Calmon] adie o depoimento - afirmou, acresentando vai protocolar o pedido nesta segunda.

Almeida negou que, em 2006, o ex-governador do Maranhão tivesse recebido da Gautama um carro no valor de R$ 110 mil em troca de liberação de dinheiro para obras.

- O argumento é falso, inverídico e fantasioso.

A Gautama, com sede em Salvador, é apontada pela PF como o centro do susposto esquema de desvio de recursos públicos para obras.

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O advogado disse que Tavares adquiriu o veículo em março do ano passado, com recursos próprios. Ele apresentou a documentação do carro aos jornalistas que estavam hoje na porta da PF, bem como a declaração de Imposto Renda do ex-governador em 2006, ano-base 2005.

- No Imposto de Renda, ele declarou ter R$ 120 mil em espécie até o dia 31 de dezembro de 2005. Quando ele decidiu comprar o carro, em março de 2006 e não em junho, ele adquiriu o carro na concessionária. Ele esteve lá e fez um depósito na concessionária - alegou.

Por fim, o advogado disse considerar "insusitado" o fato de o magistrado que preside o inquérito - no caso, a minsitar do STJ - ser o mesmo que vai julgar os acusados.