Os advogados de Suzane Von Richthofen pretendem entrar com um pedido de hábeas-corpus ainda nesta tarde no Tribunal de Justiça de São Paulo. Eles vão argumentar que não há motivo para mantê-la presa, pois Suzane tem endereço fixo e não representa ameaça. Suzane está presa desde ontem na penitenciária feminina do Carandiru, a Penitenciária Sant'Anna, na zona norte de São Paulo.
A briga de Suzane pela herança da família pode se transformar num novo capítulo da tragédia. No despacho em que decretou a prisão preventiva, o juiz Richard Chequini afirmou que a liberdade de Suzane representava risco para o irmão Andreas, devido à disputa judicial pelos bens da família.
Nesta terça-feira, o promotor Roberto Tardelli afirmou que, no processo que move contra Andreas para administrar o patrimônio da família, Suzane afirma ser legítima herdeira dos pais e exige do espólio o pagamento de pensão.
No pedido de prisão feito à Justiça, Tardelli argumentou ainda que Suzane poderia deixar o país. Nesta terça-feira, ele revelou que ela tentou obter a cidadania alemã no período em que esteve em liberdade, mas não teria conseguido por ter perdido um prazo na apresentação de documentos ao consulado.
Tardelli informou que teve acesso ao processo de inventário da família Richthofen na última sexta-feira. Segundo ele, no processo Suzane se diz usurpada e pede uma avaliação de todos bens que estão na casa no Brooklin em que morava com os pais, assassinados em 2002, e até dos cães que tomam conta de uma chácara da família.
- Ela pediu também a entrega do carro que usou na noite do crime - disse Tardelli.
Tardelli afirma que nos autos os advogados de Suzane chegam a dizer que ela é a 'única' herdeira, ignorando completamente o irmão Andreas. A informação foi negada pelo advogado e tutor Denivaldo Barni, mas ele não quis dar detalhes sobre o processo.
O promotor informou ainda que Suzane chegou a abrir mão da sua parte no seguro de vida do pai mas, assim que o valor foi pago pela seguradora ao irmão dela, Andreas, a jovem entrou com uma petição na Justiça requerendo a metade da quantia.
- Diante da amoralidade do pedido e da força do ataque, me preocupou a situação de Andreas - disse Tardelli.
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