O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse nesta sexta-feira (5) que está aguardando uma formalização, por parte do governo, de convite para uma conversa entre a cúpula do partido e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele confirmou que, no início da semana, foi procurado pelo primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), para tratar desse assunto.
Segundo Virgílio, o senador do PT propôs uma conversa institucional entre o PSDB e o presidente Lula para discutir a crise gerada nos três Poderes por causa das denúncias de gravações clandestinas, supostamente feitas por agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Esses grampos atingiram os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), e outros senadores, entre os quais Demóstenes Torres (DEM-GO), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Tião Viana e Arthur Virgílio.
"Ele [Tião Viana] me disse que estava preocupado e se sentindo desrespeitado com esses grampos", afirmou o líder do PSDB sobre sua conversa com o primeiro vice-presidente. Arthur Virgílio defendeu que o seu partido "não pode desdenhar de um assunto desse porte", e acrescentou que "o clima de confronto permanente é uma coisa que, se Tancredo Neves e Ulysses Guimarães fossem vivos, não aconselhariam".
Arthur Virgílio ainda advertiu para que, em um momento de crise como a gerada pela divulgação de grampos no STF, no Senado e até nos telefones que servem à chefia de gabinete do presidente da República, não haja qualquer resistência política da oposição numa eventual conversa com o presidente.
"Se vocês pegarem os meus pronunciamentos vão ver que não há ninguém no Senado que bata mais no governo do presidente Lula do que eu. No entanto, não quero ter uma relação de confronto com ninguém. Sou oposição ao governo, mas não estou de mal do presidente Lula", afirmou o líder do PSDB.
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