O secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento, Valter Bianchini (PT), confirmou que vai entregar sua carta-renúncia na sexta-feira (19), iniciando seu processo de desligamento do governo de Roberto Requião (PMDB). Com a saída, Bianchini cumpre orientação da executiva do PT do Paraná, que no dia 1º de março determinou que seus filiados deixem o governo do estado. Ainda não se sabe quem vai assumir a Secretaria, pois o diretor-geral da pasta, Hergon Almeida, é do partido e também vai pedir exoneração.
Mesmo com seu desligamento da Secretaria, Bianchini disse que vai trabalhar na mediação do conflito entre Requião e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que motivou a ruptura do PT com o governo do Estado. O secretário considera que, apesar de ser um "processo complicado", uma coligação de seu partido com o PMDB ainda é possível para as eleições presidenciais deste ano. Para ele, a recomposição deve ocorrer pelo menos no segundo turno. "Queremos que Lula e Requião possam estar juntos em um palanque pró Dilma e com um projeto de continuidade para o Paraná", disse.
Apesar do prejuízo político, a antecipação da saída de Bianchini da Secretaria terá pouco impacto na prática. Isso porque o secretário teria de se descompatibilizar do cargo até o dia 31 de março, para poder concorrer às eleições. Dentre as conquistas, ele aponta o trabalho em prol do fortalecimento da agricultura familiar no Paraná. "Também fico orgulho de participar da integração que houve entre o governo Requião e o governo federal", acrescentou.
A outra petista que compunha o governo estadual, Lygia Pupatto deixou oficialmente a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) na segunda-feira (15). Interinamente, Jairo Pacheco, que era diretor-geral da pasta, fica à frente da Secretaria. A Casa Civil comunicou que ainda não definiu um substituto para a Seti e que não foi informada oficialmente da saída de Bianchini.
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