Uma bomba de fabricação caseira explodiu nesta noite de quinta-feira no shopping Aricanduva, um dos maiores de São Paulo, na zona leste da cidade. Segundo a Polícia Militar, ninguém ficou ferido. As primeiras informações eram as de que quatro homens em duas motos jogaram uma bomba contra a vitrine de uma loja. Dentro do artefato, havia pregos e parafusos, que acabaram atingindo carros e uma filial das Casas Pernambucanas. Foi a primeira vez que um shopping vira alvo de ataques. Criminosos também feriram a tiros um escrivão na zona sul. Ele foi encaminhado ao pronto-socorro e passa bem.

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Tropas de elite

Os ataques ocorreram depois de o governo anunciar que tropas de elite da Polícia Militar estariam nas ruas na noite desta quinta e madrugada de sexta-feira para impedir novos atentados. O governo cancelou as folgas e férias de policiais policiais para que eles voltassem ao trabalho. A Rota e a Rocam foram convocadas para operações especiais a partir das 19h. O número de policiais envolvidos não foi divulgado por motivos estratégicos. O governador Cláudio Lembo nomeou mil agentes penitenciários. Durante o dia, o crime organizado deu uma trégua e não foram registrados ataques.

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Falta de transporte

Mesmo assim os paulistanos enfrentaram outro problema: a falta do transporte público. A capital continuou sem ônibus no início da noite. A maior parte das empresas não colocou os coletivos em circulação como determinou o prefeito Gilberto kassab. O jeito foi se espremer em lotações ou até mesmo ir a pé para casa. Os trens da CPTM circularam um pouco mais lotados, mas o Metrô informou que houve até uma diminuição no fluxo de passageiros na volta para casa por causa da falta de ônibus.

Nesta sexta-feira, o rodízio de veículos volta a vigorar. O prefeito garantiu que o transporte público estará normalizado. Haverá policiais à paisana fazendo escolta nos terminais e nos coletivos. A quarta-feira foi de transtornos para os cidadãos sem os ônibus. Mais de 5 milhões de passageiros foram prejudicados, principalmente nas zonas sul e leste. Muita gente não conseguiu chegar ao trabalho. Das 18 empresas que atuam na cidade, apenas três operam com frota reduzida. Á tarde, já eram sete empresas trabalhando.

Passageiros andaram nas ruas em busca de vans ou microônibus. Na noite de quarta-feira, a maioria das viações interrompeu o serviço a partir das 20h. Desde 18h30m de quarta, 30 ônibus foram incenciados. Chegam a 45 os ataques a ônibus desde a madrugada de ontem . No estado, foram mais de 65 coletivos depredados.

118 ataques

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Até a tarde desta quinta-feira, a secretaria de Segurança Pública divulgou que houve 118 ataques. Pelo menos 65 ônibus foram queimados no estado e 16 agências bancárias e caixas eletrônicos destruídos. Foram presos oito suspeitos até agora. A SSP reconhece seis mortes ligadas aos ataques. As vítimas, pelos cálculos da secretária são: um policial militar, a irmã dele, três vigilantes de empresas privadas e um guarda civil, assassinado em Cabreúva, no interior do estado. Mas nove pessoas morreram em ocorrências que podem estar ligadas aos atentados.

Os ataques do crime organizado continuaram na madrugada passada. Pelo menos mais cinco agências bancárias foram atacadas. Mais um guarda municipal foi morto, durante ronda escolar em Cabreúva . Nesta quarta, uma criança de 2 anos ficou queimada num ataque incendiário a ônibus em São Vicente. Na Vila Madalena, zona oeste da capital, duas mulheres também se queimaram durante ataque incendiário a um ônibus. Os bandidos jogaram uma bomba no ônibus e atingiram carros que estavam perto.

Na avenida Cupecê, na zona sul, um carro invadiu de ré uma agência do Banco Itaú e os criminosos atearam fogo nele. A agência foi destruída e caixas eletrônicos derreteram.Um banco da Rua Itapeva, na região da Avenida Paulista, foi alvejado por tiros.

No fim da noite de quarta-feira o alvo foi o prédio da Câmara Municipal de Juquitiba, na região metropolitana. A explosão quebrou vidros, danificou móveis e o teto do hall de entrada do prédio.

Em São Matheus, na zona leste, uma granada foi atirada num posto de gasolina. Por sorte, não explodiu e acabou sendo desativada pela polícia.

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No Capão Redondo, na zona sul, tiros acertaram vidros da estação do metrô, mas não houve outros outros danos.

Em Santana do Parnaíba, uma ambulância da Prefeitura foi incendiada. Uma chamada de socorro foi feita e, quando a ambulância chegou ao local, bandidos atearam fogo.

Em Itaquaquecetuba, mais uma revenda de carros foi incendiada. Um posto de combustíveis da região foi alvejado por tiros. Bandidos também atiraram contra a unidade da Febem do Itaim Paulista.

As autoridades dizem que os ataques foram provocados, de novo, pelo temor de presos de serem transferidos. Desta vez, por causa do rumor de que vários irão para o presídio federal.

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