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Atualizado em 18/01/2006 às 1h50

Os bombeiros já conseguiram puxar a van soterrada pelo desabamento das obras da Estação Pinheiros do Metrô três metros para dentro da galeria subterrânea. A dianteira da van já está na galeria subterrânea onde os bombeiros trabalham.

- O veículo está muito compactado e não se consegue visualizar nada. Só terra e ferragens - afirmou Lopes, acrescentando que há muitas manchas de sangue na terra ao redor.

De acordo com ele, o trabalho é bastante difícil e os bombeiros usam ferramentas manuais para conseguir liberar o restante do veículo. A expectativa é de que o veículo só esteja totalmente liberado durante a madrugada ou o início da manhã. O veículo foi ancorado com um cabo de aço. A lama também faz as escavadeiras patinar. Segundo Lopes, os homens páram a toda hora para limpar o terreno.

Os trabalhos, porém, podem ser interrompidos a qualquer momento se a chuva que atinge a região ficar mais forte. Se chover muito, a terra da superfície ficará mais pesada, o que aumenta o risco de novos desabamentos. Cerca de 40 homens trabalhando no local. Peritos criminais acompanham o serviço.

Durante a tarde desta quarta-feira, a primeira tentativa de retirada da van teve de ser suspensa por causa da lama e da chuva. Por conta de uma grande quantidade de lama, a máquina que tentava puxar o veículo patinou, perdendo a aderência ao solo. O solo do túnel teve de ser limpo para que a nova tentativa fosse feita.

Três máquinas ajudam na operação de retirada da van. O veículo está na parte superior do túnel Faria Lima. A expectativa é que três vítimas estejam dentro da lotação: Reinaldo Aparecido Leite, de 43 anos, o motorista da van; Wescley Adriano Silva, de 22, cobrador da lotação; Márcio Rodrigues Alambert, de 31, funcionário público. Uma pessoa não identificada também pode estar na lotação. Suspeita-se que seja o motoboy Cícero Augustinho da Silva , de 60 anos.

Os bombeiros retiraram, por volta das 5h40m desta quarta-feira, o terceiro corpo da cratera da Estação Pinheiros do metrô. Ele estava exatamente abaixo de dois caminhões escorados, que estão no meio da cratera desde a última sexta-feira, dia do acidente no canteiro de obras da estação Pinheiros.

O corpo foi identificado como Francisco Sabino Torres, de 47 anos, o motorista de um dos caminhões que trabalhava nas obras do metrô. De acordo com outros trabalhadores do consórcio Via Amarela, Francisco não conseguiu escapar do soterramento. Ele estava fugindo, mas voltou ao local do acidente para pegar a carteira de habitação e foi soterrado . O corpo de Francisco estava a mais de 10 metros de profundidade, numa parede da cratera.

O trabalho de busca e resgate de corpos se prolongou por toda a madrugada e envolveu cerca de 30 homens do Corpo de Bombeiros. Antes, haviam sido resgatados da cratera os corpos da advogada Valéria Marmit, de 37 anos, e da aposentada Abigail Rossi de Azevedo, de 75 anos.

As buscas chegaram a ser suspensas entre segunda e terça-feira por causa do risco de novos desabamentos. Elas foram retomadas no fim da manhã desta terça. O engenheiro Márcio Pellegrini, que representa o consórcio de empresas responsável pelas obras da linha 4 do metrô, afirmou que foram feitas análises do terreno durante a madrugada e ficou constatado que há estabilidade para o trabalho. As buscas foram retomadas pelo túnel da Avenida Faria Lima, onde está soterrada a van.

Na superfície, continuam os trabalhos de retirada de entulhos. Mais de 2 mil caminhões de terra já foram retirados. Um nova retroescavadeira foi levada para o local para ajudar na remoção dos escombros.

A Defesa Civil divulgou balanço informando que 13 imóveis estão condenados. Pelo menos 132 pessoas tiveram de deixar suas casas. Cinco imóveis comerciais foram liberados pela Defesa Civil nesta segunda. A Defensoria se reuniu durante a tarde com os proprietários dos imóveis para explicar o processo de indenização.

O secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, disse que as empresas do consórcio poderão ser indiciadas, caso as investigações apontem responsabilidade delas no acidente.

Nesta terça-feira, às 5h, uma faixa de rolamento da pista local da Marginal do Pinheiros foi liberada para o trânsito na região do acidente. Mas a pista voltará a ser interditada enquanto durar o resgate entre 23h e 5h para dar mais segurança aos motoristas. A Companhia de Engenharia de Tráfego afirma que a curisiodade dos motoristas faz com que eles reduzam a velocidade ao passar pelo local do acidente, o que aumenta o risco de colisões.

De acordo com o consórcio Via Amarela, que realiza as obras do ramal, todas os prejuízos serão cobertos pelo seguro. Essas empresas afirmam que as fortes chuvas que caíram na capital paulista entre dezembro e o começo de janeiro podem ter causado o desabamento . O consórcio descartou ainda negligência ou falhas que possam ter causado o acidente. Um engenheiro do consórcio admitiu que o teto da laje cedeu antes do desabamento e havia trincas. O vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman, falou sobre falha de engenheiros. Mas o Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT) vai preparar um laudo sobre o acidente.

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