Vereadora é afastada e PT pede apuração

O Partido dos Trabalhadores (PT) de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná, decidiu afastar de suas funções dentro do partido a vereadora Ana Maria Branco de Holleben (PT) e seu motorista Idalécio Valverde da Silva

Leia matéria completa

CARREGANDO :)

A Câmara de Vereadores de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, solicitou que a Polícia Federal investigue o caso que envolve o suposto falso sequestro da vereadora Ana Maria Branco Holleben (PT). O documento foi encaminhado na quinta-feira (10) para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Na quarta-feira (9), o PTde Ponta Grossa também pediu a inserção da Polícia Federal no caso.

Publicidade

De acordo com o vereador Pietro Arnaud (PTB), um dos que assinaram o ofício, a ideia é que uma investigação mais profunda seja realizada e que fatos ainda não esclarecidos sejam averiguados. O vereador garante que há necessidade de que a Polícia Federal intervenha no caso porque existem pontos do inquérito que não foram mais aprofundados pela Polícia Civil. "Vários vereadores receberam ameaças e encaminharam provas para a polícia, mas até agora não vimos investigação nesse sentido".

Arnaud afirma que está com uma impressão negativa quanto ao inquérito montado pela Polícia Civil. Ele garante que trechos importantes do caso foram pouco abordados. "Alguém importante está muito preocupado em manter essa nuvem de fumaça sobre o caso".

O presidente da Câmara, Aliel Machado (PCdoB), diz que uma investigação federal é isenta de qualquer interesse e, portanto, tem mais isonomia.

O delegado da Polícia Civil que cuida da investigação, Danilo Cesto, garante que a intervenção da Polícia Federal no caso não atrapalha o trabalho realizado até o momento. Segundo ele, a investigação da Civil continua e o inquérito deve ser concluído dentro do prazo previsto de 30 dias.

Ainda conforme o delegado, o que houve não foi um crime eleitoral, fato que justificaria a presença da Polícia Federal, mas, sim, três crimes comuns que, em princípio, são da alçada da Polícia Civil.

Publicidade

Mãe da vereadora deve prestar depoimento

Um dos delegados do caso, Josimar Antonio da Silva informou nesta sexta-feira (11) que a mãe da vereadora Ana Maria Branco de Holleben (PT) deve ser intimada para prestar depoimento.

Segundo ele, Branca Branco de Holleben não está em Ponta Grossa, mas deve ser ouvida nos próximos dias. Além disso, Josimar contou que o carro usado por Reginaldo Silva do Nascimento e Ana Maria não era um veículo oficial. "Tratava-se de um carro particular de um amigo do Reginaldo. Inclusive ele já prestou declaração"

Nesta quinta-feira (10) a Polícia Civil, a advogada de Ana Maria e Reginaldo da Silva do Nascimento fizeram a reconstituição do trajeto feito por ele e pela vereadora. O delegado revelou que foi tranqüilo e que Reginaldo foi cooperativo e muito preciso nas informações. "Ele nos levou a todos os lugares e falou com muita objetividade, inclusive sobre uma porta emperrada do banheiro do quarto onde pernoitou com a vereadora".

Relembre o caso

Publicidade

A vereadora ficou desaparecida durante 24 horas, quando seu assessor Idalécio Valverde contou à polícia que ela havia sido raptada por quatro pessoas. Na manhã da quinta-feira, porém, Idalécio, mais o irmão Adalto Valverde da Silva e a esposa Suzicleia foram presos e, segundo policiais, contaram a farsa.

A vereadora teve a prisão pedida e foi encontrada no Hospital Regional sob efeito de sedativos, de onde saiu para a delegacia, na tarde de 3 de janeiro. No dia seguinte, teve a prisão preventiva decretada e foi encaminhada ao quartel do Corpo de Bombeiros.

No dia 9, a Vara Criminal de Ponta Grossa concedeu o pedido de liberdade para a vereadora, que deixou o quartel do Corpo de Bombeiros.