Olho vivo
Emendas
A Casa Civil da Presidência da República diz não serem corretos os valores divulgados pela bancada paranaense na Câmara sobre a liberação de emendas parlamentares. Os deputados afirmam que dos R$ 384 milhões propostos para o orçamento de 2012, apenas 6% foram empenhados até agora. A ministra Gleisi Hoffmann diz que não é bem assim: do total proposto, foram autorizados R$ 146 milhões e, destes, o governo já empenhou R$ 98 milhões (66%). O restante ainda depende de regularização de projetos, pelos parlamentares, junto aos ministérios, o que ainda tem prazo para acontecer até o fim do ano.
Aéreo
De um conhecido professor, consultor e expert em investimentos, a coluna recebe um adendo às informações publicadas no último domingo. Segundo ele, não foram apenas a BMW e a montadora chinesa de caminhões Sinotruk que o Paraná perdeu para Santa Catarina nos últimos meses. Uma política mais agressiva de atração também já garantiu para o estado vizinho dois outros projetos de alta tecnologia que o Paraná disputava: a Novaer, indústria de aviões de pequeno porte para passageiros e treinamento militar, a ser instalada em Lajes; e, provavelmente, também uma fabricante europeia de helicópteros, que pretende se localizar próximo ao Porto de Imbituba para produzir 1,1 mil aeronaves civis e militares por ano.
Desistência
Pelo menos 130 pequenas empreiteiras que prestam serviços de manutenção rotineira na cidade estão sendo avisadas pela prefeitura de Curitiba de que terão seus contratos suspensos a partir de dezembro. No conjunto, elas empregam cerca de 1.200 trabalhadores e temem ter de demiti-los antes do fim do ano por não saberem, ainda, se serão mantidas pela nova administração municipal. A justificativa que as empresas ouvem é de que a prefeitura está com dificuldades para cobrir as despesas de final de ano.
Após ausência de 11 dias do Palácio Iguaçu para se dedicar à missão que o levou à China, Dubai e Itália, o governador Beto Richa voltou ontem ao cargo. Seu primeiro ato foi lançar 30 patrulhas rodoviárias um conjunto de equipamentos cedidos a prefeituras do interior para que elas próprias façam a conservação de estradas rurais 110 mil quilômetros de rodovias precárias por onde passam 30 milhões de toneladas da produção agropecuária estadual.
Com isto, ao aproximar-se da metade de seu mandato, Richa cumpre metade do que prometeu na campanha, isto é, que em sua gestão criaria 60 patrulhas rodoviárias, ideia que apregoava ele nasceu quando seu pai, José Richa, governou o Paraná há quase 30 anos.
Sobre a bagagem que trouxe da peregrinação, resumiu: na China, manteve contatos com uma empresa da área energética (com a qual a Copel já mantém parceria) e com fabricantes de lâmpadas de LED. Em Dubai e na Itália, seus contatos ficaram na área diplomática: encontrou-se com o embaixador brasileiro nos Emirados Árabes e com o consulado em Milão. Citou também ter tido contato com áreas empresariais, mas não mencionou nenhuma definição mais concreta de eventuais interessados em investir no estado.
Fora isso, a entrevista do governador serviu para manifestar sua indignação contra o deputado Tadeu Veneri que, estranhando a inclusão, já no decurso da viagem, da escala em Dubai, assinou requerimento (não aprovado pela Assembleia), visando a eliminar a dúvida sobre se Richa pretendia assistir ao grande prêmio da Fórmula 1 que corria naqueles dias no autódromo de Abu Dhabi. "É um deputado irresponsável; eu tenho o meu cartão de embarque para provar que eu cheguei um dia depois a Dubai", afirmou o governador, na parte mais substanciosa da entrevista.
À rádio CBN, que gravou a fala, deixou na fita alguns segundos de silêncio quando o governador foi indagado a respeito da Adin que ele ajuizou contra o Tribunal de Contas e que começou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada. Após o silêncio constrangedor, Richa se disse desinformado sobre o assunto: "Vou ver melhor isso aí", encerrou.
Para quem não sabe: a Adin impetrada por Richa contra o Tribunal de Contas versa sobre a suposta ilegalidade de resoluções baixadas pelo TC que ampliam o seu poder de controle sobre repasses públicos para entidades privadas. Isto é, obriga o governo estadual, os municípios e as próprias instituições privadas (Ongs, por exemplo) a alimentar on-line o SIT Sistema Integrado de Transferências com informações precisas. O objetivo é garantir transparência aos gastos nessa área e permitir melhor fiscalização pelo Tribunal de Contas, como é de seu papel. A Adin ajuizada pelo governo argumenta que, com esta medida, o TC estaria invadindo a área de competência de outros poderes e por isso quer vê-la revogada.
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