Olho vivo

Genérico 1

Quem viu o anteprojeto de lei que o governo enviou à Assembleia pedindo autorização para contratar empréstimo de US$ 350 milhões junto ao Banco Mundial diz se tratar de um primor de generalidades. Os recursos serão aplicados em três finalidades que, de tão amplas, nelas tudo cabe – modernização da gestão pública, desenvolvimento integrado e desenvolvimento humano. Nesta última parte, o anteprojeto prevê insistir na visão do governo Requião sobre a necessidade de concentrar ações nas regiões de menor IDH.

Genérico 2

Além da aprovação da Assembleia, duas outras etapas ainda precisam ser vencidas para a confirmação do empréstimo internacional. Umas delas é a autorização do Senado Federal – onde pelo menos um dos representantes do estado, o senador Roberto Requião, pode se mostrar disposto a barrar a ideia. A outra será a de fazer o convencimento final do Banco Mundial de que o empréstimo produzirá mesmo os efeitos sociais e econômicos apregoados.

Na Justiça

A oposição na Câmara de Vereadores vai fazer mais uma tentativa para afastar o presidente João Cláudio Derosso: vai ingressar com uma ação na Justiça. Segundo o líder do grupo, Algaci Túlio, o relatório do Tribunal de Contas que apontou irregularidades na gestão das finanças da Casa contém elementos suficientes para que a Justiça determine o afastamento.

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Coluna publicada em 03/11/2011

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O tempo esteve quente na Polícia Militar nos últimos dias. Tudo por causa da decisão do governo de usar provisoriamente o hospital da corporação para aten­­dimento aos segurados do SAS de Curitiba e região metropolitana, cerca de 118 mil servidores públicos estaduais. Atro­pelado pela decisão tomada com­­pletamente à sua revelia, o comandante da PM, coronel Marcos Scheremeta, procurou o governador Beto Richa na última segunda-feira, dia 31, e, segundo testemunhas, colocou seu cargo à disposição.

Oficialmente, ninguém confirma a informação, mas fontes confiáveis contaram à coluna detalhes do estremecimento. Na sexta-feira, ao desembarcar de uma viagem internacional, Sche­­remeta foi surpreendido com as notícias. E mais preocupado ficou quando sentiu o clima pesado entre oficiais e praças, totalmente contrários à medida do governo. Diante da situação, na segunda-feira pela manhã, acompanhado do sub-comandante Julio Nóbrega, alcançou o governador no aeroporto do Bacacheri e pediu-lhe explicações, ao mesmo tempo em que colocava o cargo à disposição. Richa prometeu resolver o problema.

À tarde, o coronel Scheremeta reuniu o alto comando da PM no quartel central, relatou a conversa que teve com o governador, informou que continuaria insistindo para que a secretaria da Admi­nistração revisse o ato de "confisco" do Hospital da Polícia Militar, divulgou uma nota oficial e abalou-se novamente em di­­reção ao Palácio das Araucá­­rias, agora para uma audiência com o chefe da Casa Civil, Durval Amaral.

A nota oficial

A nota oficial assinada pelo co­ronel Marcos Scheremeta confirma que a PM não foi consultada sobre a possibilidade de colocar seu hospital à disposição dos servidores civis. Diz ainda que o comando levou ao conhecimento do governador a precária situação em que se encontra o estabelecimento e que, em vista disso, pediu a re­­vogação da medida tomada unilateralmente.

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A nota, à disposição no site da Polícia Militar, tenta tranquilizar a corporação. Lembra, por exemplo, que o hospital é mantido com recursos descontados dos soldos dos policiais e que, por is­­so, estes sempre terão atendimento prioritário. E aproveita para transcrever dispositivos da Decreto n.º 6.103/2006, que, ao que parece não era conhecida pe­­la Administração.

Diz seu artigo 18: "Os servidores públicos estaduais civis so­­mente poderão ser atendidos no HPM mediante reembolso integral das despesas decorrentes ao FASPM, previstos em convênio entre este e o órgão encarregado da gestão do Sistema de Atendi­mento à Saúde dos Servidores Públicos do Estado do Paraná, nas seguintes situações:

I – consultas e exames, quando houver disponibilidade de profissionais, para atendimento médico-ambulatorial;

II – internamentos e cirurgias, somente em caso de declarada capacidade ociosa de leitos hospitalares."

Para recordar: há anos, sem repasses do governo, o HPM vive em crise – não há médicos e funcionários de apoio suficientes, equipamentos que não desapareceram estão sucateados, laboratórios praticamente parados...

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