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O presidente Lula abençoou pessoalmente, e na presença dos noivos, ontem à noite, o casamento entre o PT e o senador Osmar Dias, do PDT. E dirimiu uma das últimas dúvidas que ainda atrapalhavam a união – se Gleisi Hoffmann deveria ser candidata ao Senado ou a vice-governadora. A decisão foi pela manutenção de Gleisi na disputa pelo Senado. A posição de vice será negociada com outros partidos que vierem a compor a frente de apoio à dupla Osmar/Dilma Rousseff.

Esta foi uma das decisões tomadas durante reunião que se estendeu pela noite na qual, além de Lula, estavam presentes o senador Osmar Dias, o presidente do seu partido, ministro Carlos Lupi, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e o presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek.

As informações fluíram num palavreado quase telegráfico – mas detalhado o suficiente para se entender o que vai acontecer daqui para a frente. Dentre os detalhes, o fato de que o PT quer palanque duplo no Paraná (isto é, também o de Orlando Pessuti, do PMDB) e que não oferecerá outro nome para vice no lugar que, pelo gosto e pensamento estratégico de Osmar Dias, seria de Gleisi. Havia um nome de petista cogitado para a posição: o de Jorge Samek, mas que foi logo descartado.

A hipótese foi abandonada por um simples motivo: não cabem dois petistas numa chapa que precisa agregar representantes de outros partidos. Então, ficou acordado que a definição do candidato a vice será fruto de negociações com outras agremiações.

Essa questão, aliás, será novamente debatida já na próxima segunda-feira, quando o mesmo grupo que participou do encontro de ontem com Lula se encontrará (sem o presidente) com dirigentes de outras legendas da base de apoio do governo.

Todas? Ainda não se sabe. Mas tarefas já foram distribuídas para atrair alguns dos partidos mais importantes. Não necessariamente para participar já dessa próxima reunião, mas para que venham a compor a grande aliança com o PT e o PDT no Paraná. Ao PT caberá a tarefa de conversar com o PMDB e o PP; ao PDT, com o PPS.

Segundo Osmar, não há pressa para formalizar aliança tão ampla – o que importa é o resultado. E só então, com todos os que se alinharem à frente, é que será feito o seu lançamento oficial. O senador saiu da reunião com a promessa de Lula de que participará diretamente da campanha no Paraná e visitará o estado tantas vezes se julgar necessário.

Olho vivo

Já era 1

O discurso de despedida e prestação de contas de Requião, ontem, no Guaíra, foi bem ao seu estilo: manteve o ataque aos inimigos reais e também aos imaginários e cantou exageradas lôas aos resultados de seus últimos sete anos à frente do governo. As vítimas foram as de sempre – a começar pela imprensa, que dia desses lembrou o fim da "Era Requião". E lamentou: "Os veículos de comunicação fazem uma clara e indissimulável campanha de desconstrução do governo e do governador."

Já era 2

De resto ficou muito satisfeito com o que conseguiu fazer com o Paraná. Citou como exemplo do sucesso do seu governo as lutas – que denominou de "pelejas" – contra o pedágio, contra a participação do grupo privado Dominó na Sanepar e contra o processo de privatização do Porto de Paranaguá. Há, porém, divergências quanto a tais êxitos. Vejamos: o pedágio não acabou nem baixou; o Dominó continua firme na Sanepar; e, quanto à privatização do porto o que se viu foi o emprego de dinheiro público em alguns precárias estruturas para entregá-las à exploração privada.

Já era 3

Um exemplo disso foi a construção do terminal de álcool: o governo gastou R$ 14 milhões em algo que não funcionou até hoje e o entregou aos usineiros. O mesmo aconteceu com o terminal de fertilizantes. Ou seja, o "porto público" se tornou mais privado do que era antes.

Já era 4

Também ficou satisfeito com a segurança pública. Disse ter construído várias penitenciárias – boa medida para um estado que passou da 14.ª posição no ranking nacional da violência para a 9.ª. Segundo o Mapa da Violência, divulgado anteontem com dados dos ministérios da Saúde e da Justiça, a taxa de homicídios no Paraná cresceu de 2003 para 2007 de 25,5 homicídios por grupo de 100 mil habitantes para 29,8 – um aumento de quase 20%. Em Santa Catarina o índice até diminuiu e, no Rio Grande do Sul, o crescimento não chegou a 10% no mesmo período.

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