Nos corredores

Decisão em Londrina

Ex-ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes define nesta semana se topa se candidatar à prefeitura de Londrina. Irmã do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, a petista já foi vereadora na cidade.

A definição deve provocar reações nas articulações do PT em outros municípios e para as eleições estaduais de 2014.

Vargas fora

Quinto colocado na eleição londrinense de 2008 com 9% dos votos válidos, o deputado federal André Vargas (PT) adiantou que considera Márcia Lopes a melhor opção. Ele vem sendo cotado para concorrer de novo, mas confirmou na semana passada que prefere apoiar a colega. Vargas diz que aparece melhor do que ela nas pesquisas, mas que Márcia tem mais chance de unir os movimentos sociais.

Identificação de diabéticos

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou na semana passada um projeto de lei do deputado paranaense Osmar Serraglio (PMDB) que obriga a inscrição da palavra "diabético" na carteira nacional de habilitação de motoristas portadores de Diabetes Mellitus. A votação ocorreu em caráter terminativo e a proposta segue agora para o Senado.

CARREGANDO :)

Brasília foi construída em uma região distante, se­­ca, para não dizer inóspita mesmo. O "quadradinho" dentro de Goiás tem pouco a ver com o resto do país. Assim como a grande maioria das crises políticas forjadas na capital.

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Enquanto a base aliada no Congresso Nacional se amotina contra a presidente Dilma Rous­­seff pela liberação de cargos, emendas parlamentares e ou­­tras benesses, as pessoas do mun­­­­do real (aquele bem longe da Praça dos Três Poderes) estão mais preocupadas com os problemas do mundo real. Querem saber se a comida está mais ca­­ra, se a criminalidade aumentou ou se o trânsito vai dar uma trégua.

As picuinhas do jogo político ficam para uns poucos aficionados. O problema é quando elas extrapolam as fronteiras do Distrito Federal. É o que parece estar prestes a acontecer.

Dilma não teve vida fácil nos primeiros sete meses de go­­verno. Quanto mais jogou pe­­sado com os parceiros interesseiros, mais gerou instabilidade. Seria uma batalha com al­­guma chance de ser vencida, não fosse pelo risco de uma crise real.

Os imbróglios financeiros dos Estados Unidos já estão atin­­­­­­gindo o mundo inteiro. A presidente está certa em adotar um discurso otimista de que o Bra­­sil está preparado para o im­­pacto, mas a tarefa não será fá­­cil. O mais indicado em um mo­­mento como esse seria a coesão política interna.

Os tais "aliados", no entanto, parecem preferir outra cartilha. Usam o clima de receio pa­­ra pressionar, chantagear. Na úl­­tima quarta-feira, por exemplo, fizeram uma espécie de greve e não votaram nada na Câmara.

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Enquanto as bolsas derretiam pelo mundo afora (em es­­pecial a Bovespa), Dilma teve de gastar tempo e saliva afagando os congressistas. Pior, precisou montar uma operação que en­­volveu o vice Michel Temer e o ex-presidente Lula. A cada opor­­tunidade em que ela precisa desse tipo de auxílio externo, a situação piora.

Aumenta o burburinho de bastidores de que Dilma é despreparada para a negociação, que nunca vai adquirir jogo de cintura. Obviamente, a presidente não tem o carisma de um Winston Churchill. Mas a ver­da­­de é que nem com muito co­­nhaque e charuto Churchill te­­ria estômago para lidar com os coronéis da política brasileira.

Com a turbulência econômica que se avizinha, é prudente que ela feche a torneira dos gastos. Só que do outro lado as ex­­celências querem suas emendas executadas (e para ontem). Mes­­mo que essas mesmas emen­­das tenham virado destaque no noticiário policial – vi­­de a prisão de 36 pessoas du­­rante a Operação Vou­cher no Ministério do Turismo.

Turbulência

Seria muito bom poder dizer que é só uma fase, que as coisas vão se assentar em nome do bem comum. Não vão. O primeiro sinal ruim é que Dilma encerrou a semana passada anunciando que as despesas da União de 2012 ficarão congeladas.

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O recado foi dado no mo­­men­to em que o Legislativo guarda na manga a votação de projetos que seguem o caminho contrário, como a emenda constitucional que cria o piso salarial nacional dos policiais. É aí que a crise do mundo da política pode se chocar com a do mundo real. Vem um tranco violento pe­­la frente.

Às pessoas do mundo real, fica a dica: apertem os cintos. Nesses momentos, todos nós sabemos em quem a pancada dói mais.