Nos corredores

Só uma mudança

A montagem do novo secretariado do governador Beto Richa (PSDB) provocou apenas uma alteração na bancada federal do Paraná a partir de 2015. Com a nomeação de Fernando Francischini (SD) para a Secretaria Estadual de Segurança Pública, Osmar Bertoldi (DEM) ficará com uma cadeira na Câmara em fevereiro.

Era para ter mais

Havia a expectativa de que Richa abrisse pelo menos mais uma vaga para o segundo suplente da coligação governista, Reinhold Stephanes (PSD). Ex-chefe da Casa Civil de Richa, Stephanes acabou convidado para assumir o Escritório de Representação do Paraná em Brasília. Não aceitou.

O "cara"

Richa já sabe em quem apostar as fichas como articulador dos interesses do estado com o governo federal para o próximo mandato. O escolhido como ponte é o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), favorito na eleição para a presidência da Câmara.

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Foram necessários quase 11 anos de emancipação para o Paraná emplacar o seu primeiro ministro no império de Dom Pedro II. Corria agosto de 1864 quando Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá assumiu o Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Durou nove meses no cargo.

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Depois dele, o Segundo Reinado ainda teve dois paranaenses no primeiro escalão. Manoel Francisco Correia (irmão do Barão do Serro Azul) permaneceu dois anos no comando do Ministério de Negócios Estrangeiros (1871 a 1873). Manoel Alves de Araújo ocupou a mesma pasta de Jesuíno Marcondes durante o primeiro semestre de 1882.

O prestígio do Paraná na cúpula do poder central caiu duramente com a instalação da República, em 1889. Só em 1954, na balbúrdia posterior ao suicídio de Getúlio Vargas, o estado voltou a ter representação. Aramis Taborda de Athayde foi ministro da Saúde, entre setembro de 1954 e novembro de 1955, e Bento Munhoz da Rocha Neto comandou a Agricultura por brevíssimos 15 dias, em maio de 1955.

O estado passou novamente em branco pelas gestões Juscelino Kubitscheck e Jânio Quadros. Até que João Goulart nomeou Amaury de Oliveira e Silva para o Ministério do Trabalho, em 1963. Oliveira e Silva caiu com Jango no golpe militar do dia 1.º de abril de 1964.

Na primeira gestão do período ditatorial, Castelo Branco nomeou Flávio Suplicy de Lacerda para o Ministério da Educação (1964 a 1966) e Ney Braga para a Agricultura (1965 a 1966). O ostracismo voltou com os governos dos generais Artur Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici. Com Ernesto Geisel, Ney Braga ficou no Ministério da Educação entre 1974 a 1978 e ainda emplacou o sucessor, Euro Brandão, que permaneceu no cargo até 1979.

Além disso, Karlos Rischbieter foi ministro da Fazenda na reta final do governo Geisel, de março de 1979 a janeiro de 1980. O Paraná passou em branco com João Figueiredo (1980 a 1985), mas recuperou espaço com a volta do regime democrático. José Sarney teve Affonso Camargo como ministro dos Transportes (1985 a 1986), Deni Lineu Shwartz no Meio Ambiente (1986 a 1987) e Luiz Carlos Borges da Silveira na Saúde (1987 a 1989).

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Na sequência, Fernando Collor teve Alceni Guerra na Saúde, Reinhold Stephanes no Trabalho e Previdência, Affonso Camargo nos Transportes e Comunicações e José Eduardo de Andrade Vieira na Indústria e Comércio. Andrade Vieira também integrou o ministério de Itamar.

Fernando Henrique Cardoso teve ao longo de dois mandatos cinco paranaenses no Ministério – Reinhold Stephanes (Previdência), Andrade Vieira (Agricultura), Rafael Greca (Esporte e Turismo), Euclides Scalco (Secretaria-Geral) e Francisco Gomide (Minas e Energia). Lula teve três – Paulo Bernardo (Planejamento), Stephanes (Agricultura) e Márcia Lopes (Desenvolvimento Social). No primeiro mandato de Dilma Rousseff, foram quatro – Paulo Bernardo (Comunicações), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Thomas Traumann (Comunicação Social).

Todos os prognósticos indicam que Dilma vai começar a segunda gestão sem nenhum paranaense no primeiro escalão. Se isso for mantido até 2018, será a primeira vez desde a redemocratização. Uns dizem que não muda nada, outros temem a sub-representação.

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