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Monteiro Lobato: polêmica sobre termos supostamente racistas | Reprodução
Monteiro Lobato: polêmica sobre termos supostamente racistas| Foto: Reprodução

Osmar Dias (PDT) ficou magoadíssimo após a eleição de 2010. Depois de ter sido crítico do PT por muitos anos, havia aceitado se coligar com os petistas e com o PMDB de Roberto Requião (outro ex-adversário) para disputar o governo do estado. Perdeu para Beto Richa (PSDB) e saiu dizendo a quem quisesse ouvir que os partidos aliados não tinham feito o esforço necessário na sua campanha.

O PT, por tudo que se sabe, fez força naquele ano em outra eleição: se empenhou para colocar Gleisi Hoffmann no Senado. Até porque o entendimento do partido é que era muito mais importante ter maioria no Congresso, para apoiar Dilma, do que fazer governantes locais. Osmar pode ou não ter tido razão. O fato é que Gleisi se elegeu e ele não. O pedetista acabou ganhando uma diretoria do Banco do Brasil como prêmio de consolação.

Dois anos se passaram. E Gustavo Fruet (PDT), incomodado com a situação do PSDB, mudou de partido. Em busca de uma coligação que lhe permitisse ter tempo de tevê, apoio e dinheiro, acabou unido ao PT. Pegou mal porque ele havia sido crítico do petismo. Mas não foi só isso. Novamente, militantes petistas são vistos torcendo o nariz para a aliança. Sabe-se que alguns trabalham inclusive para Ratinho.

O ministro Paulo Bernardo garante que o risco de "trairagem" do PT é zero. Mas, vamos aos fatos. Lula participou da campanha? Não. A vice de Fruet, Mirian Gonçalves, esteve com Lula esses dias e gravou com ele um vídeo de sete minutos, mas sobre o escritório de advocacia dela. Nem uma palavra pedindo voto para Fruet. Dilma? No desespero para mostrar a presidente na campanha, já que ela não gravou um "a" sobre Fruet, o marqueteiro chegou a usar o vídeo dela em cadeia nacional anunciando diminuição da tarifa de energia.

A própria Gleisi, petista com mais votos no estado, só deu o ar das graças duas vezes na campanha. Numa delas, fez caminhadas na zona Sul da cidade que mal chegaram a uma hora. Na outra vez, foi a um evento fechado, num hotel. Fora isso, preferiu passar o tempo de seus fins de semana em Piraquara e Francisco Beltrão.

Tudo indica que o PT não está muito interessado na campanha de Fruet. Até porque poderia embarcar no segundo turno na campanha de Ratinho. Lembre-se que se trata do apresentador favorito de Lula. Recentemente, quando perguntaram porque levou Haddad lá, Lula respondeu que era porque come rabada na casa de Ratinho e vice-versa. Para ele, Lula gravaria? E Dilma?

No entanto, parafraseando uma expressão que o próprio Fruet gosta de usar, o petismo paranaense corre o risco de ter criado uma esperteza tão grande que acabará comendo o esperto. Pode ficar com fama de caloteiro. Entra na parceria, promete apoio e depois desaparece. Osmar foi a vítima número um. Fruet parece estar sendo o segundo. Haverá terceiro? Quem a partir daqui vai ter vontade de se coligar com os petistas?

Mais estranho ainda. As contas do próprio PT mostram que, por Fruet não estar melhor, o partido, coligado ao PDT também na proporcional, pode até perder um dos três vereadores que tem. Vá entender qual é a lógica da coisa...

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