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O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédille, considerou nesta quinta, em Cascavel, no Oeste do Paraná, "equivocada" a manifestação do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST)que acabou em quebra-quebra nas dependências da Câmara dos Deputados no início da semana.

- O protesto foi equivocado porque nossos inimigos são o latifúndio, os bancos e as empresas transnacionais. Os deputados e a Câmara devem ser os nossos aliados - disse Stédile, durante a 5ª Jornada de Agroecologia, em Cascavel (PR) -Respeito a atitude de nossos companheiros, mas acho que esse ato foi feito no local errado.

Oportunistas

Stédile acredita que os atos foram provocados por oportunistas.

- Acredito que exageraram, mas pode ter sido um gestode pessoas infiltradas no movimento, interessadas apenas em criar tumulto e desviar o foco da discussão da reforma agrária - disse Stédile.

Ele lembrou que o MST já foi vítima dessas "pessoas infiltradas" na Marcha de Brasília, ocorrida há dois anos, quando se descobriu que havia policiais infiltrados para "espalhar a baderna entre osintegrantes do movimento".

Para Stédile, no entanto, os atos de vandalismo na Câmara não devem mudar o posicionamento do governo em relação à reforma agrária.

- A reforma agrária está parada, mas mesmo assim o governo Lula vai continuar tendo nosso apoio. Consideramos a sua candidatura à presidência como a mais viável para promover as reformas que o movimento social reivindica - disse Stédile.

Mudar sua política

O coordenador do MST, no entanto, acha que Lula precisa mudar sua política para ser reeleito.

- Se ele quiser ser reeleito, terá que mudar sua forma de governar. Nós votamos nele porque falava em independência de transnacionais e capitalismo, mas ainda não vimos isso ocorrer ainda. Em 2002, o MST apoiou publicamente a eleição de Lula à presidência da República.

O líder do movimento sem-terra pregou aos mais de seis mil presentes na jornada que prossegue até amanhã, o fim da dominação de transnacionais, que, segundo ele, poderão acabar com a variedade de culturas e até mesmo hábitos alimentares.

- A vida na terra está em risco. Precisamos iniciar a guerra contra eles (transnacionais). Pode nos custar caro, mas temos que fazer algo antes que acabem com a bio-diversidade - advertiu o coordenador do MST.

InteratividadeQual sua opinião sobre a atitude do Movimento de Luta dos Sem-Terra (MLST) ao invadir e promover quebra-quebra no Congresso Nacional?

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