O depoimento do delegado da Polícia Federal Alexandre Marques de Souza na CPI que investiga as relações do empresário Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados trouxe indícios que implicam a construtora Delta em irregularidades, segundo relato do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que participou da reunião a portas fechadas em que o delegado depôs, nesta terça-feira.
Para Rodrigues, as explicações de Marques de Souza, responsável pela Operação Vegas da Polícia Federal, "oficializam algumas certezas". Entre elas a de que há "indícios fortes de envolvimento amplo da empresa Delta", disse o senador.
"A precaução recomenda que todos os contratos da empresa (em âmbito federal) sejam suspensos", acrescentou o parlamentar.
Segundo ele, a fala do delegado também deixa mais evidente a participação dos deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO) e do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) nas irregularidades. "Estou mais convencido do envolvimento dos parlamentares com a organização criminosa do senhor Carlos Cachoeira", afirmou.
O deputado Silvio Costa (PTB-PE) disse que a CPI precisa focar sua investigação nos "soldados de Cachoeira" e entre eles estaria o ex-diretor da construtora Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu. "Quem detona CPI via de regra? É o baixo clero da organização... São mais de 80 envolvidos. Baixo clero é aquela gente que está na periferia do poder da organização. Então eu acho que, por exemplo, é fundamental ouvi-lo (Cláudio Abreu), talvez ele tenha muitas explicações a dar ao país", argumentou.
Na próxima semana, a comissão analisará novos requerimentos de convocação e entre eles estão pedidos para depoimentos de empresários que trabalhavam na Delta antes do escândalo que deflagrou a CPI.
Também está previsto o depoimento de Carlinhos Cachoeira, para a próxima terça-feira (15). Ele está preso desde fevereiro, acusado de chefiar uma quadrilha que explorava jogos ilegais.
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