O deputado distrital Batista das Cooperativas (PRP) disse nesta segunda-feira (8) que "teme pela vida" do governador licenciado José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM). Segundo relato de Batista, aliado de Arruda, de quem chegou a ser líder de governo, o governador, preso há 23 dias pela Polícia Federal (PF), está com os pés inchados, com suspeita de trombose. Arruda sofre de diabetes, informou o deputado.
Primeiro-secretário da Câmara Legislativa, Batista notificou Arruda no final da tarde de hoje sobre o processo de impeachment contra ele. A intimação foi feita à revelia do governador afastado, que se recusou a assinar o documento. Os dois passaram pouco mais de uma hora reunidos na sala que Arruda ocupa na superintendência da PF, em Brasília.
Na manhã desta segunda-feira, pela primeira vez desde que foi preso por tentativa de suborno de uma testemunha do "mensalão do DEM", Arruda saiu do prédio da polícia para ir a um hospital, se queixando de dores no tornozelo direito, que operou em novembro após romper o ligamento.
Arruda seguiu para o hospital em carro descaracterizado e escoltado por policiais. Em nota, o Hospital JK, onde o governador foi atendido, confirmou apenas que Arruda passou por exames requisitados pelo médico assistente dele. "Embora se trate de uma pessoa pública, por questões éticas o Hospital tem a obrigação de resguardar as informações relativas ao paciente", afirma o texto, de apenas cinco linhas.
Batista das Cooperativas disse achar "um absurdo" que um governador de Estado precise ir ao hospital escoltado por "dezenas de policiais", como se fosse "um bandido de alta periculosidade". Segundo o parlamentar, o governador não tentaria fugir. "Na idade que tem o governador, se ele correr, um policial jovem é capaz de alcançá-lo", disse.
Clínica
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo antecipou na semana passada, a defesa inclui entre as principais estratégias o pedido de transferência de Arruda para uma "prisão médica". Os advogados querem que um médico particular do governador licenciado emita um laudo comprovando que ele não tem condições de permanecer na PF. A saída seria transferi-lo para uma clínica em caráter de preso. No entanto, a polícia resiste em autorizar a entrada do médico dentro da cela.
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