Em entrevista a veículos estrangeiros, a presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (19) que desde o mandato do ex-presidente Getúlio Vargas o país tem um “veio golpista adormecido”. Segundo ela, a partir da década de 1960, o “impeachment sistematicamente se tornou instrumento contra presidentes eleitos”.
A petista ressaltou ainda que, desde a redemocratização do país, não houve um presidente que não tenha sido alvo de um pedido de afastamento no Congresso Nacional. Segundo ela, “infelizmente” o ex-presidente Fernando Collor sofreu impeachment em 1992.
O partido da presidente, o PT, defendeu quando estava na oposição ao governo federal tanto a saída de Fernando Collor como a de Fernando Henrique Cardoso, em 1999.
“O Brasil tem um veio que é adormecido, um veio golpista adormecido. Se acompanharmos a trajetória dos presidentes dos meu país, a partir de Getúlio Vargas, vamos ver que o impeachment sistematicamente se tornou instrumento contra os presidentes eleitos”, disse.
A petista disse ainda que é vítima de um processo de impeachment baseado em uma “flagrante injustiça” e em uma “fraude jurídica e política”.
Ela voltou a dizer que gestões anteriores também cometeram as chamadas “pedalas fiscais” e que, caso o processo seja válido contra ela, deverá também ser aplicado a outros governos da federação que também praticaram manobras contáveis.
“É por isso que se diz que se valer o meu processo do impeachment, não sobra nenhum governo do passado com as mesmas características que o meu, assim como muitos outros da federação nacional”, disse.
Ela disse ainda que não pesa contra ela nenhuma denúncia de corrupção. “Não tenho nenhum processo por corrupção, não há provas contra mim ou qualquer outro tipo de irregularidade que tenha cometido com dolo ou má-fé”, criticou.
Ela afirmou ainda que não pode ser apontada como única responsável pela crise econômica, uma vez que o cenário é desfavorável não apenas para o país, mas também para países desenvolvidos e em desenvolvimento no país.
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