A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quinta-feira (13) a substituição de seis ministros. As mudanças ocorrem nos ministérios do Desenvolvimento Agrário, das Cidades, da Pesca e Aquicultura, da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Turismo. Esta é a segunda etapa da reforma ministerial, iniciada por Dilma há pouco mais de um mês.

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O Ministério do Desenvolvimento Agrário, atualmente ocupado por Pepe Vargas, será assumido pelo ex-presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, que já ocupou a pasta no governo Lula. Na pasta das Cidades, o vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, substituirá o atual ministro Aguinaldo Ribeiro.

Clelio Campolina Diniz, reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), será o novo titular da Ciência e Tecnologia no lugar de Marco Antonio Raupp. Já o senador Eduardo Lopes (PRB-RJ) ocupará o ministério da Pesca e Agricultura, atualmente conduzido pelo também senador Marcelo Crivella, também do PRB fluminense.

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Neri Geller, hoje secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, será o substituto de Antônio Andrade na pasta. Para o lugar de Gastão Vieira no Ministério do Turismo, a presidenta anunciou o gerente de assessoria internacional do Serviço Brasileiro às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Vinicius Nobre Lages.

No caso do Turismo, houve uma mudança em relação as informações que circularam em Brasília no início da tarde. Até então, o nome mais cotado para a pasta era o do presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Ângelo Oswaldo. A indicação dele irritou o PMDB, que está em meio a uma crise de relacionamento com a presidente. O presidente do partido, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), disse que a indicação de Ângelo Oswaldo não "acalma" a relação do governo com a bancada peemedebista na Câmara.

Os novos ministros tomarão posse na próxima segunda-feira (17), às 17h. De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), a presidente Dilma Rousseff agradeceu a dedicação e o empenho dos seis ministros que estão saindo e disse que eles continuarão contando com seu apoio e confiança.

Os ministros que desembarcam da Esplanada ficam livres para iniciar pré-campanha para disputar as próximas eleições de outubro. A dança das cadeiras anunciada pela presidente Dilma ocorre num momento em que se estabeleceu uma crise com integrantes da base aliada no Congresso que se queixam de falta de espaços no governo e de atrasos na liberação de emendas para tentarem atender aos pleitos das bases eleitorais nos estados.

Com a divulgação dos novos ministros, Dilma tenta desarmar o espírito beligerante de parte dos aliados. Avisados de que seriam atendidos na reforma ministerial, o PP e mais recentemente o PROS anunciaram que não farão parte do blocão da Câmara, composto por partidos descontentes com o Palácio do Planalto.

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O bloco, capitaneado pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), impôs nos dois últimos dias uma série de derrotas ao governo com a aprovação de propostas que desagradam o Planalto, como os convites e convocações a ministros e à presidente da Petrobras, Graça Foster, para prestar esclarecimentos no Congresso. Detentores da indicação para Agricultura e Turismo, os deputados do PMDB alegam que não foram ouvidos por Dilma.

Apesar das queixas dos deputados, integrantes da cúpula do partido saíram em campo nesta quinta-feira em defesa do fim do grupo. "O PMDB é um partido da base e não é compreensível, até para opinião pública do País, ver um partido que tem a vice-presidência da República, a presidência do Senado e da Câmara e possa estar na oposição. Isso é uma incoerência", afirmou o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), após participar de evento no Palácio do Planalto em que a presidente Dilma anunciou novos investimentos do PAC Mobilidade em seis Estados e no DF. Questionado se o discurso era um recado direto da cúpula para a extinção do blocão, Raupp respondeu: "Esse pedido estamos fazendo há muito tempo, para que o PMDB volte à base. É um pedido que fazemos todos os dias para que a gente possa refletir e possa voltar a conversar".

Reforma, primeira parte

Na primeira parte da reforma, saíram Gleisi Hoffmann, Alexandre Padilha e Helena Chagas saíram, respectivamente, da Casa Civil, da Saúde e da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Aloizio Mercadante assumiu o lugar de Gleisi e foi substituído na Educação por José Henrique Paim. Já a pasta da Saúde foi ocupada por Arthur Chioro, e Thomas Traumann assumiu a Secom.

Os membros do primeiro escalão começaram a deixar seus cargos para se candidatar às eleições de outubro deste ano. No dia 5 de outubro, será realizado o primeiro turno das eleições para presidente da República e governadores dos estados, e serão eleitos senadores e deputados. Quem deseja participar do próximo pleito deve deixar seu posto até 5 de abril, segundo as regras do calendário eleitoral.

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