O senador Romero Jucá (PMDB-RR) não será mais o líder do governo no Senado Federal. A informação foi confirmada pela assessoria do líder do PMDB na Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), no início da noite desta segunda-feira (12).
No lugar de Jucá, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) irá coordenar a base aliada da presidenta Dilma Rousseff no Senado. A decisão da presidenta foi comunicada a Renan Calheiros em reunião que durou cerca de uma hora e quarenta minutos no começo da tarde. A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também participou do encontro.
Depois da reunião com Dilma, Calheiros comunicou a Jucá e Braga a troca na liderança do governo. Ainda de acordo com a assessoria do líder do PMDB, a principal função de Eduardo Braga na liderança do governo será unir o seu partido - a maior bancada do Senado em favor das votações que interessam ao Planalto. A presidenta também pretende promover maior rotatividade nas lideranças no Congresso Nacional, mas ainda não foi especificado qual será a periodicidade em que ela fará mudanças.
Questionado sobre o convite, Eduardo Braga não quis confirmar que assumirá a liderança. Em respeito a Romero Jucá, o senador disse que preferia não comentar o assunto. "Acho que o líder Romero Jucá é um grande líder, um grande companheiro que ficou na liderança durante muito tempo. Ele merece todo o meu respeito e toda a minha consideração", disse Braga após a reunião com Calheiros.
Apesar disso, o senador amazonense confirmou que está disposto a liderar a base aliada no Senado. "Se a presidenta da República entender que eu posso prestar um serviço ao Brasil e ao governo, aqui [no Senado], eu terei o maior prazer em servir ao Brasil e ao governo fazendo um bom serviço para o povo brasileiro. Mas eu não posso falar sobre o assunto porque não é hora de falar sobre o assunto", disse.
O governo sofreu na última semana a sua maior derrota no Senado desde a posse da presidenta Dilma Rousseff no ano passado. A base governista insatisfeita com as relações que vem tendo com o Planalto rejeitou a indicação presidencial para a recondução de Bernardo Figueiredo para a Diretoria-Geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). As justificativas para os votos contrários à indicação foram, principalmente, as reclamações constantes do PMDB por causa da falta de espaço do partido no governo. Outros partidos da base também estão em crise com o governo em razão das mudanças ministeriais promovidas pela presidenta.
Nem Renan Calheiros, nem o ex-líder Romero Jucá quiseram falar com a imprensa. A expectativa é que a decisão da presidenta Dilma Rousseff seja anunciada pelos dois nos próximos dias.
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