O "homem-bomba" não estourou. Em depoimento no Senado, o diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, poupou o governo. E negou que haja qualquer relação entre "doadores de campanha e aditivos de contratos" nas obras conduzidas pelo órgão. Pagot disse que nunca houve desvio de dinheiro do Ministério dos Transportes para financiar campanhas do PR, seu partido. E rechaçou que tenha dito que recursos da legenda tenham sido redirecionados à campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff. "É mentira", disse.
Apesar de ter poupado aliados do governo, Pagot afirmou que todas as decisões sobre obras do Dnit são tomadas por um colegiado formado por ele e outros seis diretores dentre os quais o petista Hideraldo Caron. E mais: disse que, em sua gestão, só projetos e obras "aprovados por unanimidade" eram realizados. A declaração colocou o governo em uma situação delicada. Pois, se resolver exonerar Pagot ao fim de suas férias, Dilma poderia ser levada a ter de demitir toda a cúpula do Dnit.
Apesar disso, o depoimento, considerado amigável pelo governo, deixou no Planalto a avaliação de que houve precipitação ao tirar Pagot do Dnit. O governo agora procura uma "saída honrosa" para ele. Mas já há auxiliares de Dilma que defendem a permanência de Pagot. Ontem, o senador Blairo Maggi (PR-MT), padrinho político do diretor, foi explícito ao pedir a permanência do afilhado.
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