A candidata do PV, Marina Silva, sugeriu criar um índice de emissão de gases de efeito estufa para destacar empresas sustentáveis| Foto: Maurício Lima / AFP

São Paulo - A insatisfação com o primeiro programa eleitoral do PV, exibido na terça-feira, obrigou o marqueteiro da campanha de Marina Silva, Paulo de Tarso Santos, a se explicar. Após críticas de Alfredo Sirkis, presidente do PV no Rio de Janeiro, a campanha anunciou que exibiria ontem à noite a biografia completa da candidata à Presi­­dência.

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Em seu blog e no Twitter, Sirkis disse que a inserção no horário eleitoral foi um erro inaugural "crasso" por ter "escondido" Marina. Como uma espécie de "documentário da National Geographic", o programa de 1 minuto e 23 segundos mostrou geleiras em derretimento, chaminés, indústrias e lixo, com a narração de Marina em um tom quase apocalíptico. Só no final a candidata aparece. "Nada como um dia depois do outro. Dando a volta por cima do desastre ecológico de um programa de tevê de estreia, Marina mostrou a que veio no debate da UOL", comemorou em seu blog.

Para surpresa de Sirkis, o mesmo programa foi repetido no horário eleitoral de ontem à tarde. "Quando se faz um programa inadequado, a primeira coisa é tirá-lo o mais rápido possível [do ar]. Era melhor tirar logo esse troço", reclamou, ao dizer que o programa está na contramão da estratégia da campanha.

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Santos disse que é normal repetir à tarde o programa exibido na noite anterior. "Repetimos só para não distinguir dos outros candidatos", afirmou. Ele discordou das críticas e disse que pesquisas qualitativas apontam que o eleitor recebeu bem o programa. "Não fazemos programas de nanicos", acrescentou, em resposta indireta ao cacique do PV.

Efeito estufa

Marina Silva propôs ontem a criação de um índice de emissão de gases de efeito estufa, durante encontro com investidores na BM&FBovespa. O indicador serviria para destacar as empresas sustentáveis e aumentar o valor de mercado dessas companhias. "É fundamental criarmos um indicador de emissão de gases de efeito estufa para que possamos ter, nesse indicador, uma qualificação do nosso desempenho em termos econômicos. A nossa economia cresce, mas as emissões de CO2 devem diminuir. Essa é a grande contribuição que o Brasil pode dar", disse Marina.