Em Santa Catarina, onde perde de seu adversário, José Serra (PSDB), nas intenções de voto, e onde há um complicado xadrez político, Dilma Rousseff (PT) cumpriu uma intensa agenda eleitoral nesta quinta, e falou duas vezes em evitar a "soberba", apesar de considerar que os tucanos já temem sua "trajetória de crescimento" nacional nas sondagens de eleitores. Nesse estado, o PMDB está coligado com a chapa do DEM, com Raimundo Colombo para o governo. E o PDT, ao qual Dilma foi filiada antes do PT, integra a coligação do PP, que lidera na corrida estadual, com Angela Amin.

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A petista fez acenos ao Estado, mas chegou a se irritar quando foi questionada sobre qual seria o "espaço político" reservado aos catarinenses caso fosse eleita. E também demonstrou impaciência na coletiva ao ser perguntada sobre a demora em concluir obras viárias.

"Eu não faço campanha fazendo isso não. Não discuto meu governo. É botar o carro na frente do boi. Não posso chegar e discutir o governo. Ficaria uma soberba só. Um pouco de humildade para mim não faz mal nenhum", disse Dilma, que antes tinha ouvido de empresários sobre a importância dos catarinenses na Esplanada, com Márcio Zimmerman (Minas e Energia) e Altemir Gregolin (Pesca).

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Apesar disso, fez dois acenos aos catarinenses. Prometeu a instalação de um estaleiro no estado, para fornecimento à Petrobras, e citou a ideia de criar um "grupo anticatástrofe", rememorando as enchentes que atingiram vários municípios no fim de 2008. O grupo seria formado por representantes da Saúde, Defesa Civil e Forças Armadas.

"Acho que a experiência de Santa Catarina ajudou o Brasil. Vamos construir um grupo permanente na esfera federal para que os Estados e municípios possam recorrer em caso de catástrofe", disse ela. As enchentes atingiram Santa Catarina há quase dois anos, no fim de 2008.

Em outro momento que falou de soberba, Dilma tentou responder sobre a complexa equação política de Santa Catarina.

"Seria muita soberba não aceitar apoio", disse a petista, que busca reforços de dissidências do PDT e PMDB no Estado. Seu vice, Michel Temer, esteve em Florianópolis no início da semana para tentar propulsionar um comitê suprapartidário de apoio, após a traição de ex-presidente estadual da sigla, Eduardo Pinho Moreira, que fechou com o DEM. Moreira não foi expulso da legenda.

Em Santa Catarina, Serra leva a dianteira nas pesquisas de intenção de votos. De acordo com o levantamento mais recente do Ibope para a disputa presidencial, o tucano tem, no Estado, 45%, contra 34% da petista. Além disso, na corrida estadual, a candidata Ideli Salvatti está em terceiro lugar, com 15%, segundo outra pesquisa Ibope para o grupo RBS. Ela está atrás de Angela Amin (PP), com 38%, e Raimundo Colombo (DEM), com 23%.

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Em uma caminhada no centro da capital catarinense, Dilma e Ideli atraíram cerca de 2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. O ato, porém, serviu para a demonstração de apoio de outros aliados, como o de Manoel Dias (PDT), que desfilou em carro aberto com as petistas, mas é vice na chapa de Angela Amin (PP). O PMDB local aderiu à chapa do DEM, mas há dissidências - o vice de Dilma, Michel Temer, esteve em Santa Catarina no início da semana para explorar essa divisão.

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