A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), rebateu nesta sexta-feira (6) a afirmação do candidato José Serra (PSDB), de que não se "deve fazer campanha com os olhos no retrovisor". A declaração foi feita pelo tucano durante o debate na noite de quinta-feira (5) pela TV Bandeirantes, quando Serra respondia pergunta da petista sobre a diferença na geração de empregos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e de Fernando Henrique Cardoso (FHC).
"É estranho porque a pessoa alega experiência. Você obtém experiência para governar um país exercitando um governo. Ele foi ministro por duas vezes. Eu não vejo o que tem de 'retrovisor' no fato de discutir os diferentes projetos", disse.
A candidata disse que essa discussão, no que se refere à comparação entre os governos FHC e Lula, é algo "importantíssimo". "Quem não conhece sua história não tem condição de conhecer nem seu presente nem seu futuro", disse. "Não estamos falando de retrovisor, de quem quer ficar no passado, estamos falando de quem tem mais competência de construir o futuro. Eu tenho mais competência", disse.
A petista voltou a criticar o grupo político de Serra, citando que o governo anterior ao de Lula colocou entraves à interiorização da educação e também deu outros exemplos. "Falavam que o Bolsa Família é o Bolsa Esmola. Na véspera da eleição, aí não é bem assim a história", disse.
Ela disse que não achou o debate polarizado e disse não se sentir atacada por Serra. "Ele representa o projeto que governou o Brasil no período Fernando Henrique Cardoso e eu represento o projeto que governou o Brasil e ainda está governando", afirmou.
Crianças e adolescentes
Na tarde desta sexta, Dilma esteve na sede da Fundação Abrinq, na Zona Sul de São Paulo, para assinar um termo de compromisso do Projeto Presidente Amigo da Criança. O objetivo da agenda era assumir que apresentaria em seu mandato medidas para melhorar os índices atuais relativos à situação da criança e do adolescente.
De acordo com a fundação, entre os compromissos assumidos estão: reduzir as taxas de mortalidade infantil e materna, melhorar o ensino público, proteger as crianças de todas as formas de abuso, negligência, exploração e violência, e também desenvolver ações de prevenção para reduzir a prevalência do HIV/AIDS entre a população infanto-juvenil.