Dilma afasta acusações e ironiza convite para ir ao Senado

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a rebater neste domingo (19) acusações de tráfico de influência na Casa Civil e afirmou que não conhecia Vinícius Castro, recém-exonerado do ministério, e apontado pela revista Veja como tendo recebido dinheiro em uma compra de medicamento pelo governo.

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A Polícia Federal e o Tribunal de Contas da União vão investigar uma nova denúncia, divulgada pela revista "Veja" deste final de semana, envolvendo parentes e amigos da ex-ministra Erenice Guerra. O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) disse que vai pedir que as novas denúncias sejam investigadas.

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"Pela sucessão de indícios, observamos que há realmente tráfico de influência. É difícil que cada fato desses seja apenas uma mera coincidência", afirmou o procurador Marinus Marsico.

Segundo a revista, funcionários da Casa Civil teriam recebido no ano passado propina pelo contrato emergencial de compra do medicamento Tamiflu, usado para combater a gripe H1N1, entre eles, Vinicius de Oliveira Castro, compadre e apontado como sócio do filho da ex-ministra Erenice Guerra.

A denúncia, segundo a revista, partiu de Marco Antônio Oliveira, tio de Vinícius, e ex-diretor dos Correios, demitido do cargo por Erenice. A declaração de Marco Antônio foi gravada, segundo a "Veja".

Neste sábado, no Rio de Janeiro, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, negou qualquer irregularidade na aquisição do medicamento e disse que a Casa Civil não teve participação na negociação. Mesmo assim, pediu investigação da Policia Federal.

"Todo o processo de aquisição desse medicamento foi realizado diretamente entre o Ministério da Saúde e o único laboratório produtor desse medicamento no mundo. A Casa Civil não teve nenhuma interferência nesse processo, nenhuma participação", disse.

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A oposição não ficou satisfeita com as explicações. Quer que Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, vá ao Senado falar sobre estas e outras denúncias de tráfico de influência contra Erenice Guerra. Alega que Dilma era a ministra na época das denúncias contra Erenice, que ocupava a secretaria executiva da pasta.

"Ela deve explicações, ela tem que explicar. Ela não pode se esconder. Os fatos ocorreram quando a ministra da Casa Civil era Dilma Rousseff. A ela cabe dar explicações", disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), vice-líder do partido no Senado.

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a oposição quer tirar proveito eleitoral das denúncias e que o governo vai investigar tudo.

"A população brasileira vai ter oportunidade de saber a verdade sobre isso porque a Polícia Federal vai até o fim sobre essas denúncias. A oposição ao presidente Lula, desde o começo, vem tentando, através da tática da acusação de denúncias sem provas, mudar o quadro eleitoral", afirmou.

Além da Polícia Federal, a Comissão de Ética Pública da Presidência, o Tribunal de Contas e a Controladoria-Geral da União investigam denúncias de tráfico de influência supostamente praticado por parentes e amigos de Erenice Guerra junto a órgãos públicos. Não há prazo para a conclusão das investigações.

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