O segundo dia da propaganda eleitoral do segundo turno dos candidatos à Presidência, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), teve críticas, apresentação de propostas e das trajetórias políticas de cada um.
Primeiro a aparecer no horário eleitoral, o candidato José Serra começou o programa relembrando o resultado das eleições de domingo (3) e mostrou o pronunciamento que fez logo após o resultado do 1º turno, em que homenageou a candidata derrotada Marina Silva (PV), "pela votação expressiva que contribuiu para o jogo democrático do Brasil".
Serra disse que queria começar o programa agradecendo aos eleitores pelos mais de 33 milhões de votos recebidos e pelo apoio recebido pelos estados e cidades por que tem passado.
"Isso tudo me enche de alegria e aumenta ainda mais a minha responsabilidade de fazer um governo à altura dos brasileiros. Nesse segundo turno você vai poder comparar melhor os candidatos, a história de cada um, o que cada um já fez pelo Brasil, quem tem idéias próprias, quem fica à sombra dos outros, quem defende a liberdade, a democracia, o meio ambiente, o direito à vida", afirmou.
O narrador disse que José Serra construiu sua biografia com muito trabalho e esforço, "diferente da Dilma, que nunca disputou uma eleição e só chegou até aqui pela mão do seu padrinho político", fazendo referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O programa lembrou a trajetória do político e criticou as atuações do PT no passado político recente do país. O narrador citou que Serra lutou pelas diretas já e que Dilma "ninguém sabe, ninguém viu". Citou ainda que o candidato apoiou Tancredo Neves para presidente, "diferente do PT da Dilma, que não apoiou Tancredo contra Maluf".
Em outra passagem, citou que Serra "foi o melhor deputado da Constituinte de 88, diferente do PT da Dilma, "que se recusou a assinar a Constituição". Citou ainda que o PT foi "contra o Plano Real".
No programa, o narrador diz que Serra sempre foi coerente, que "sempre condenou o aborto, defendendo a vida".
O programa lembrou as propostas de Serra feitas na campanha do 1º turno, como o reajuste do salário mínimo de R$ 510 para R$ 600, 10% de aumento para aposentados e pensionistas e 13º para quem recebe o Bolsa Família, e mostrou ainda o programa de pré-natal "Mãe Brasileira", com o lema "a favor da vida, a favor do Brasil".
Serra afirmou no programa que quer ser presidente para melhorar a saúde e educação, que quer defender os valores da família brasileira, os valores cristãos, a democracia, o respeito à vida e o meio ambiente.
O candidato disse que vai dar as mãos a parceiros internacionais que fortaleçam a economia e os empregos. "Não vamos andar de braços dados com governos que apedrejam mulheres, que perseguem a imprensa, que têm vocação para a ditadura".
Como no programa de sexta-feira, o ex-governador José Serra também exibiu mensagens de apoio do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB), eleito para o Senado; do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB); do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB); e de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM).
Lembrou o programa de sexta-feira, citando que "o último presidente desconhecido" eleito foi Fernando Collor, mas que Itamar Franco conseguiu melhorar a situação. Destacou a imagem de Fernando Henrique, segundo a propaganda, estabilizou a economia, e disse que Lula, que também tinha história, conseguiu dar continuidade.
Dilma
O programa de Dilma Rousseff começou com o narrador citando que nos tempos de FHC e Serra havia uma divisão entre "coisa de rico e coisa de pobre". No primeiro caso são citados carro, carne na mesa, universidade e luz na fazenda. Já no segundo entraram desemprego, arroz e feijão, futuro incerto e escuridão na roça. "Para eles, apenas os ricos pareciam ter o direito de ser feliz", disse o narrador.
No programa foram citados os progressos que o país teve no governo do PT, como entrada de 36 milhões de brasileiros na classe média e 28 milhões que saíram da linha da pobreza. E lembrou que o país vai receber a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
O programa mostrou ainda Dilma na casa de uma família brasileira, cujos integrantes elogiaram o governo Lula, e ela enfatizou que é importante ser "a favor da família, da vida, da construção de uma sociedade mais justa e democrática para o Brasil".
O programa lembrou a trajetória política da candidata no governo do Rio Grande do Sul e no governo de Lula.
Além disso, foi citado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em 2007, que engloba "cerca de 14 mil obras saneamento, habitação, energia e transporte, entre outras áreas estratégicas".
Dilma disse no programa que pretende cumprir todas as metas estabelecidas pelo PAC 2.
No programa são citadas a previsão de construção de 2 milhões de moradias, a expansão da indústria naval, a criação de novos parques de ônibus e modernização de rodovias, portos e aeroportos.
O programa citou ainda o PAC Cidade Melhor, que deverá ter investimentos de R$ 57 bilhões em saneamento básico, prevenção de enchentes, pavimentação de vias urbanas e melhoria do transporte coletivo nas grandes cidades.
Já o PAC Comunidade Cidadã deve ter investimentos de R$ 23 bilhões, criar 6 mil creches e pré-escolas, mais de 2,8 mil postos de polícia comunitária, 800 praças de esporte, lazer e cultura e 500 unidades de pronto-atendimento 24 horas.
O programa trouxe ainda depoimento do governador reeleito no Rio de Janeiro Sérgio Cabral.
Na última parte, o programa mostrou Lula falando com Dilma, em que ele pergunta qual a grande proposta para o futuro do país.
"Para mim, o grande desafio é erradicar a miséria do país. O senhor deu um passo enorme no governo, que foi os 28 milhões que nós tiramos da pobreza. Dizem que é impossível erradicar a pobreza no Brasil. Pelo contrário, todos os passos que nós demos abriram o caminho pra gente acabar com a pobreza no Brasil. Então isso é muito importante pro Brasil. A segunda questão é levar o Brasil a ser de fato o país em que a sua população no mínimo seja de classe média. Pra isso, sem educação de qualidade nós na conseguimos chegar lá", disse Dilma.
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