Rebeliões devem terminar "agora", diz Richa
Em evento político na manhã deste sábado, o governador Beto Richa (PSDB) afirmou que está tomando medidas sigilosas para conter as rebeliões em presídios do estado. "Estamos reforçando o policiamento em todas as penitenciárias e tomando algumas ações que não podemos divulgar agora", disse.
Richa não comentou mais sobre as novas medidas, que diz serem sigilosas, mas afirmou que elas irão "acabar com as rebeliões". Quando perguntado quando as rebeliões iriam ter um fim, ele disse "agora".
O sábado dos candidatos
Em ritmo intensificado de campanha, os três maiores candidatos ao governo estadual tiraram o dia de sábado (13) para percorrer o maior número possível de lugares. Beto Richa (PSDB) e Roberto Requião (PMDB) passaram por vários bairros de Curitiba e Região Metropolitana, em carreatas e encontro com lideranças, enquanto Gleisi Hoffmann (PT) tinha compromissos em sete cidades da região de Londrina.
No domingo, a agenda da candidata aponta compromissos em Brasília. Requião deve se concentrar na gravação de programas eleitorais. A agenda do candidato do PSDB ainda não foi definida.
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Ao lado do apresentador Ratinho e do candidato a deputado estadual Ratinho Jr. (PSC), o governador Beto Richa (PSDB) percorreu bairros de Curitiba e da região metropolitana na manhã deste sábado, enquanto acontecia a 20ª rebelião em penitenciárias do estado dos últimos 10 meses. Uma delas teve início ontem e ainda está ocorrendo em Piraquara. Richa afirmou estar "muito preocupado" com os conflitos e insinuou que é "muita coincidência" que as rebeliões estejam acontecendo em ano eleitoral.
"Estamos tentando encontrar uma razão para essas rebeliões em série. Isso não é coincidência. É coisa programada", disse, citando também como exemplo a invasão da sede da empresa Araupel, em Rio Bonito do Iguaçu, por trabalhadores sem-terra. "Quase quatro anos sem invasão, em clima de paz e ordem no meio rural, e agora, no início da eleição, uma invasão. É coincidência demais para o meu gosto".
O governador afirma que o problema prisional no estado será resolvido com a construção ou reforma de 20 penitenciárias. A promessa, que consta do seu plano de metas para os próximos quatro anos, porém, foi anunciada ainda em 2013 e será bancada em sua maioria por recursos do governo federal. De acordo com o Ministério da Justiça, em matéria publicada pela Gazeta do Povo em outubro do ano passado, o governo federal liberou R$ 116,8 milhões para as obras em presídios no Paraná. O governo estadual se comprometeu a dar a contrapartida de R$ 45 milhões.
As primeiras unidades, segundo Richa, serão inauguradas no início do ano que vem. O governador não citou datas e não soube dizer quantas e onde serão as inaugurações. Mas, ainda segundo informações do Ministério da Justiça, seriam 12 novas unidades prisionais em sete cidades (Piraquara, Foz do Iguaçu, Londrina, Ponta Grossa, Guaíra, Campo Mourão e Cascavel) e outras oito unidades seriam ampliadas.
Críticas
Os adversários de campanha criticaram a gestão do tucano na segurança pública. Gleisi Hoffmann (PT), em nota divulgada pelo partido, lamenta a "falta de gestão e planejamento" do governo, citando que os presídios e delegacias do estado passam por uma "situação caótica" e não garantem "condições mínimas de permanência dos detentos". Roberto Requião (PMDB) disse, em entrevista a uma rádio do interior, que o problema penitenciário seria uma prova do "descaso do governo atual com a segurança pública".
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