Na quinta sabatina da série que a Gazeta do Povo realiza com os candidatos à prefeitura de Curitiba nas eleições 2016, o deputado estadual Tadeu Veneri (PT) afirmou que, se eleito, atuará no que chamou de enfrentamento aos “donos da cidade”. De acordo com o candidato, a administração municipal precisa ser mais combativa em três áreas prioritárias - transporte, lixo e especulação imobiliária. “Ou se enfrenta aqueles que são os donos da cidade ou você sempre vai ter uma desculpa”, disse o candidato, que criticou a gestão do atual prefeito Gustavo Fruet (PDT), dizendo que a prefeitura atuou de forma dúbia. “Há erros e acertos, mas o maior erro é o processo de indecisão”, opinou.
Assista à sabatina com Veneri na íntegra
- Fruet cobra ética de Greca e se diz vítima da criminalização de partidos
- Requião Filho defende “hereditariedade” na política e promete revisão do contrato do ônibus
- Ademar Pereira diz que planeja gerir Curitiba com lógica privada
- Greca critica Fruet, evita Richa e não explica como vai financiar propostas
De acordo com o candidato, há erros na licitação do transporte coletivo em Curitiba que são aceitos pela Urbs. “O Tribunal de Contas diz que há erros, a Câmara de Vereadores diz que há erros e a Urbs age como uma empresa de ônibus e recorre da decisão?”, questionou. Para Veneri, a solução é suspender a atual licitação, mas fazer cumprir a decisão do Tribunal de Contas. Além disso, o petista propõe uma frota mínima da prefeitura, para que a administração possa acompanhar os custos do transporte. Outra proposta é o bilhete único temporal, como forma de atrair passageiros para o sistema.
Veneri criticou a atual gestão do lixo, afirmando que os contratos realizados atualmente que terceirizam o serviço levam em consideração o pagamento por toneladas de lixo. “Quanto mais lixo eu tiver, mais eu ganho. O contrato deveria prever a eficiência”, afirmando que este é um gargalo da administração pública.
Sobre a regularização fundiária, o candidato propõe a regularização simplificada, utilizando o Estatuto das Cidades. De acordo com Veneri, há possibilidades dentro do próprio orçamento da prefeitura que não são utilizadas, como o IPTU progressivo, que aumenta a progressivamente alíquota do IPTU para imóveis que não são utilizados e os destina para áreas sociais. “Não estamos inventando a roda, isso já está sendo feito em São Paulo”, disse.
O candidato também criticou a atuação da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), afirmando que a estimativa de regularização para o ano que vem é de 1.400 metros quadrados. “A Cohab não passa de uma grande imobiliária. É preciso mudar o perfil e isso é um processo irreversível”, afirmou.
“O Tribunal de Contas diz que há erros [na licitação do ônibus], a Câmara de Vereadores diz que há erros e a Urbs age como uma empresa de ônibus e recorre da decisão?”
Para custear estas propostas e aumentar o caixa da prefeitura, o candidato afirmou que é necessário repensar a eficiência energética da administração municipal, trocando lâmpadas incandescentes pelas de LED e fazendo uso correto da água, com reutilização de água da chuva, por exemplo.
Gestão da Saúde
Ao falar da gestão da saúde pública, o candidato do PT fez críticas aos adversários e afirmou que o problema pode ser minimizado com a prevenção e atenção à saúde primária. Segundo o petista, 80% dos problemas seriam resolvidos se a atenção primária fosse eficiente”. Veneri afirmou também que, mesmo fazendo parte da administração municipal, os secretários do PT erraram ao gerir a saúde. “O que falta na saúde é gestão. São pessoas. Não resolver o problema da saúde com aplicativo, marcando consultas por telefone. Dizer que isso vai resolver é enganar a população”, cutucou.
Críticas ao Partido dos Trabalhadores
O candidato também falou sobre as questões políticas e os escândalos de corrupção envolvendo o Partido dos Trabalhadores, do qual faz parte desde os anos 80. Veneri admitiu os erros do partido. “O PT cometeu erros, mas as pessoas que cometeram erros estão presas”, disse o candidato, afirmando que a primeira reforma que o partido deveria ter feito quando assumiu era a reforma política.
O candidato falou sobre os casos de corrupção envolvendo outros partidos, como o PMDB e o PP e criticou o financiamento de campanha por parte de empresas, que foi proibido nestas eleições. “Temos problemas no sistema político eleitoral. Não há como pensar que empresários não interferem na política. Por que os grandes empresários não concorrem? Porque há quem os represente”, disse.
Orçamento Participativo
O candidato do PT criticou o partido ao falar sobre o orçamento participativo, proposta que pretende implantar caso seja eleito. “O PT errou ao deixar que o orçamento participativo se perdesse. Nós precisamos fazer com que essa participação popular melhore a cidade e deixar de achar que só quem sabe é o prefeito e os vereadores”, afirmou.
Participaram da sabatina os jornalistas Rogerio Galindo, Fernando Rafael Martins e Aline Baroni.
CCJ deve passar para as mãos do Centrão e pautas conservadoras podem ficar travadas
Médicos afirmam que Lula não terá sequelas após mais uma emergência de saúde em seu 3º mandato
Conjuntura internacional pode concretizar acordo entre Europa e Mercosul, mas Lula quer o crédito
Podcast analisa o primeiro ano de Javier Milei como presidente da Argentina
Deixe sua opinião