Dois dos dez presos por irregularidades na Assembleia Legislativa do Paraná (AL) já foram soltos. As prisões foram realizadas no sábado (24) durante a Operação Ectoplasma I do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Neste domingo (25), permaneciam detidos os três ex-diretores da Casa Abib Miguel (diretor geral), José Ary Nassiff (diretor administrativo) e Claudio Marques da Silva (diretor de pessoal) - e cinco pessoas que tinham alguma ligação com a AL. Os ex-diretores devem ser ouvidos até terça-feira (27).
Foram soltas Maria José da Silva e Nair Terezinha da Silva Schibicheski. Elas são, respectivamente, sogra e cunhada de João Leal de Mattos funcionário efetivo da Assembleia. Mattos, que permanece preso, era ligado a Abib Miguel e trabalhou no Legislativo paranaense por mais de 20 anos, lotado no gabinete da diretoria-geral.
Maria e Nair foram soltas depois de prestar depoimento. Segundo o coordenador do Gaeco do Paraná, promotor Leonir Batisti, elas disseram que seus documentos foram usados por Mattos e que apesar terem sido nomeadas para cargos na Assembleia, nunca chegaram a trabalhar. Por emprestar os nomes elas recebiam R$ 150 por mês. Os três ex-diretores serão ouvidos até terça-feira. Os demais presos preferiram permaneceram calados. Presos
Além dos ex-diretores e de Mattos, permanecem detidos Priscila da Silva Mattos (filha de Mattos), Iara Rosane da Silva (esposa), Jermina Leal (irmã) e Vanilda Leal (sobrinha). Todas aparecem na lista da Transparência da Assembleia como funcionárias da Casa e recebiam altos salários.
Operação
Durante a operação, os policiais apreenderam 73 carros; cerca de a R$ 250 mil em dinheiro (em reais, dólares e euros); um computador; um triturador de papéis; documentos picotados; seis armas e munição de uso restrito das Forças Armadas.
Abib Miguel foi detido em sua casa de três andares no Seminário. Bibinho, como é mais conhecido, foi de camburão para a sede do Gaeco, em Curitiba. O ex-diretor de pessoal Claudio Marques da Silva, por sua vez, foi preso em flagrante por posse ilegal de armas.
Temporário
Os mandados de prisões e de busca e apreensão foram autorizados com a justificativa de facilitar as investigações. As prisões são temporárias, por cinco dias prorrogáveis por mais cinco. Os mandados foram expedidos pelo juiz Aldear Sternardt, da Vara de Inquéritos Policiais de Curitiba, a pedido do Ministério Público, que fundamentou a ação nos indícios dos crimes de formação de quadrilha para falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro praticado por funcionário público).
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