Quatro parentes do procurador-geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, trabalham atualmente na Assembleia Legislativa do Paraná. O irmão, Severo Olympio Sotto Maior, é funcionário efetivo e tem um cargo de chefia: é diretor legislativo da Casa. A mulher de Severo e dois filhos são servidores comissionados (não concursados). Todos aparecem na lista de funcionários do Legislativo divulgada em abril de 2009.
Olympio reconhece o parentesco com servidores da Assembleia. Mas afirma que isso não prejudica seu trabalho. "Meu pai foi servidor. Dedicou a existência à Assembleia. E meu irmão tem 60 anos e trabalha lá desde os 15 anos. Tem 45 anos de dedicação", diz o procurador-geral. "O fato de o meu pai ter sido funcionário me determina como dever de honra de que todas as medidas sejam tomadas com o maior rigor possível. É uma homenagem à memória do meu pai e à dedicação do meu irmão. O Severo não faz parte de nenhum grupo que pratica irregularidades."
Olympio ainda critica a possibilidade de esse fato desqualificar o MP. "O que eu não gostaria, neste momento em que o MP já vem cumprindo com o seu dever, é que se queira desqualificar o MP a partir de um fato que não tem nada a ver. Ele [Severo] é servidor antes de eu ser promotor. É um servidor reconhecidamente dedicado e cumpridor de suas funções."
Sobre a presença de outros parentes na Assembleia, Olympio destaca que a cunhada é funcionária de carreira e que os dois sobrinhos trabalham na Assembleia há muito tempo. "Eles não foram nomeados pelo meu irmão [que tem cargo de chefia, o que poderia caracterizar nepotismo, proibido pelo Supremo Tribunal Federal]. Foram nomeados pela presidência para atuar em outros setores. O Richard (um de seus sobrinhos) trabalha lá há quase 20 anos. O entendimento da Assembleia é de que não é nepotismo, mas esse é um tema para ser discutido juridicamente. Eu não oriento o promotor que cuida do procedimento de nepotismo e é preciso lembrar que a identificação de casos de nepotismo se deu por iniciativa minha."
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