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Mais uma vez o estado foi surpreendido pelos ataques em série deflagrados pelo crime organizado. E mais uma vez o Departamento de Inteligência da polícia não conseguiu descobrir com antecedência detalhes para frustrar as ações. Nesta quinta-feira, o comandante geral da PM, Elizeu Eclair, admitiu que ordens de ataques falsas são dadas por celular para enganar a polícia, que acaba reagindo só depois que casos são confirmados .

O secretário de Segurança, Saulo de Castro, defendeu o uso de celular pelos presos e disse que ele é importante para o serviço de inteligência da polícia.

Também o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, citou nesta quarta-feira problemas de gestão da polícia .

- A surpresa não é a polícia não ter conseguido suspender as ações previamente. A surpresa é quando ela consegue. A maneira como a segurança pública do estado trabalha com a análise de informações e coleta de dados ainda é artesanal - criticou o sociólogo Guaracy Mingardi.

Como fracasso na prevenção das ações da facção criminosa, Mingardi cita também a megarrebelião ocorrida nos presídios em 2001 e os ataques de maio.

- O crime está mais organizado do que a polícia porque tem conseguido pegar o estado de surpresa - afirma.

O coronel aposentado da Polícia Militar, José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de Segurança Pública concorda com Mingardi que o setor de inteligência da polícia falhou.

- Houve um certo avanço, mas ainda estamos todos sofrendo pela falta de informações compartilhadas entre os setores da segurança - disse o coronel.

- Possíveis suspeitos são grampeados aleatoriamente. Se houvesse um trabalho de investigação preventiva séria, grampeariam os bandidos certos e essas ações seriam desmontadas - afirma o coronel Ricardo Jacob, um dos diretores da Associação Paulista dos Oficiais da Polícia Militar.

Segundo um policial que investiga a facção criminosa e que pediu para não ser identificado, desta vez a operacionalização e os detalhes dos últimos atentados não foram discutidos pela quadrilha pelo celular.

- Eles só caíram no grampo quando a operação foi desencadeada, de repente. Aí sim os comandos foram passados por telefone - explicou.

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