Por volta das 9h30 da manhã deste sábado (13), a Polícia Federal transferiu o ex-deputado distrital Geraldo Naves (DEM) para o presídio da Papuda. Ele foi o último dos quatro suspeitos de participação na tentativa de suborno a uma testemunha do mensalão do DEM de Brasília a se apresentar na Polícia Federal.
Por volta das 16h desta sexta-feira (12), os agentes já haviam levado para a Papuda o sobrinho do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), Rodrigo Arantes, o ex-secretário de Comunicação do DF Welligton Moraes e o ex-diretor da Companhia Brasileira de Energia (CEB) Haroaldo Brasil. Por ter prerrogativa de foro, Arruda é o único que vai permanecer na sede da PF.
A tentativa de suborno ao jornalista Edmilson Edson Sombra, o Sombra, foi flagrada pela Polícia Federal no dia 4 de fevereiro. Nesse episódio, o conselheiro do metrô do DF Antonio Bento da Silva foi preso em flagrante quando entregou uma sacola com R$ 200 mil a Sombra. Bento foi o primeiro a ser levado ao presídio da Papuda.
Até as 20h desta sexta, Naves era considerado foragido da Justiça e estava sendo procurado pela PF. Ele vai passar a noite na Superintendência e deve ser transferido para o presídio da Papuda neste sábado (12), segundo a assessoria da polícia. Naves teria sido o primeiro intermediário da tentativa de suborno.
Segundo depoimento de Sombra à PF, o ex-deputado entregou a ele um bilhete que teria sido escrito por Arruda. No bilhete, o governador afastado pedia ajuda e dizia, segundo o jornalista, que Naves estava autorizado a intermediar as negociações do suborno. A pedido de Sombra, o ex-parlamentar foi substituído pelo então secretário de governo, Welligton Moraes. Depois, a interlocução foi assumida por Bento.
Arruda
O governador afastado do cargo e deve permanecer preso na sala da Diretoria Técnico-Científico da Superintendência da PF durante o feriado de carnaval. Ele teve um pedido de habeas corpus negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo. O STF só deve decidir em definitivo se libera ou não Arruda a partir da próxima quarta-feira (17), quando Marco Aurélio colocar o pedido de liberdade para a avaliação do plenário.
Na sala onde está preso, Arruda tem uma cama de solteiro, sofá, mesa com cadeiras, TV, banheiro e ar-condicionado. Já Wellington Moraes, Haroaldo Brasil e Rodrigo Arantes foram transferidos para o presídio da Papuda.
Mensalão do DEM
O escândalo de corrupção no DF que culminou com a prisão do governador veio à tona em 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora. No inquérito do Ministério Público Federal, Arruda é apontado como o comandante de um suposto esquema de distribuição de propina a aliados. Também é apontados como participante do esquema o governador interino Paulo Octávio (DEM), além de oito deputados distritais e membros do governo.
A prisão preventiva decretada pelo STJ foi justificada pelos ministros da corte pelo fato de Arruda estar "prejudicando as investigações, ao tentar corromper uma testemunha". O presidente do inquérito no tribunal, ministro Fernando Gonçalves, também decidiu afastar Arruda por considerar que ele usava a máquina pública, como governador, para atrapalhar os trabalhos na PF, do MP e da Justiça.
Brasil está mais perto de “estocar vento” (e sol): primeiro leilão é esperado para 2025
Fim do marxismo nas escolas? Os planos de Trump para erradicar a agenda woke dos EUA
A Califórnia está abandonando a esquerda
De universidade sem energia a imposto sobre painel solar, governo deixa brasileiros no escuro