| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso depõe nesta quinta-feira (9) ao juiz Sérgio Moro, por videoconferência, como testemunha de defesa do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Na audiência, o tucano deve detalhar sobre o modelo de financiamento do Instituto FHC, que preserva os arquivos dele e da ex-primeira dama Ruth Cardoso.

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Okamotto é acusado de lavagem de dinheiro na Lava Jato, pelos pagamentos feitos pela OAS à Granero para armazenar itens do acervo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os pagamentos foram feitos entre 2011 e 2015. Para os procuradores do Ministério Público Federal (MPF), o pagamento foi uma forma de a OAS transferir dinheiro de propina da Petrobras. Na mesma ação, Lula é acusado de receber benefícios da empreiteira também com o tríplex no Guarujá, incluindo reformas e móveis planejados.

A defesa de Okamotto pediu que os ex-presidentes fossem ouvidos, pois a lei determina que o acervo deve ser preservado e passível de acesso pelo público, por meio de acordos com “entidades públicas e pessoas físicas ou jurídicas de direito privado”

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“Isto não é uma ‘jabuticaba’, algo próprio do acervo do ex-presidente Lula, mas sim uma decorrência direta daquilo que estabelece a Lei nº. 8.394/91, que dispõe sobre a preservação, organização e proteção dos acervos documentais privados dos presidentes da República. Ou seja, trata-se de lógica também aplicável ao acervo dos ex-Presidentes Fernando Henrique Cardoso, Itamar Franco, Fernando Collor de Mello, Dilma Roussef e, futuramente, do Sr. Michel Temer”, afirma a defesa prévia de Okamotto.

Na ação em que Fernando Henrique será ouvido Lula é acusado pela força-tarefa da Lava Jato por lavagem de R$ 1,3 milhão pagos pela OAS para armazenar o acervo presidencial entre janeiro de 2011 e janeiro de 2016. Foram 21 pagamentos mensais de R$ 21,5 mil e, segundo os procuradores, a quantia era proveniente de crimes praticados pela empreiteira em licitações da Petrobras.

A defesa de Lula pediu o adiamento das audiências por 15 dias, devido à morte da ex-primeira dama Marisa Letícia, mas Moro não autorizou e lembrou que o ex-presidente não tem participado das audiências.

Sarney é testemunha, mas não é encontrado

A defesa de Okamotto incluiu o ex-presidente José Sarney entre as testemunhas de defesa. Há dois meses, porém, Moro tenta intimar Sarney para depor, sem sucesso. Ele deveria falar por videoconferência na Justiça Federal do Maranhão. Mas a tentativa de comunicar Sarney se transformou numa espécie de saga para funcionários do judiciário maranhense. Um deles teve de usar uma lancha para chegar a uma ilha, um dos endereços de Sarney naquele estado, mas não conseguiu. A videoconferência está marcada para o dia 14 de fevereiro.

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A ordem para a intimação do ex-senador foi expedida por Moro no dia 6 de dezembro. Na residência de Sarney em São Luís, no Maranhão, o segurança do local, um PM reformado, disse que dificilmente ele é encontrado lá. Na Ilha Curupu, na Baía de São Marcos, no município de Raposa, próximo a São Luís, onde ficam as mansões de veraneio da família Sarney, um vigia que se identificou apenas como Índio disse que Sarney raramente aparece por lá. A defesa de Okamotto não apresentou à Justiça do Paraná o endereço de Sarney em Brasília, uma mansão no Lago Sul.

Na última quinta-feira, Sarney esteve no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde visitou Lula e a ex-primeira dama Marisa Letícia, morta no dia seguinte. O ex-senador estava acompanhado do presidente Michel Temer e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, entre outros peemedebistas.