Dos 27 governadores que deixaram os cargos na última segunda-feira, 15 vão continuar recebendo normalmente. O último estado a criar esse privilégio foi o Mato Grosso do Sul.
A partir desta terça-feira, o ex-governador Zeca do PT passa a ter direito a mais de R$22 mil por mês, pelo resto da vida.
A pensão foi criada pela Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, em dezembro, na última sessão do ano. A proposta partiu da base aliada do governo, que resolveu ressuscitar uma lei extinta em 1989. Justificativa: garantir um sustento honesto para os governadores que deixarem os cargos.
- Acho melhor garantir essa proteção do que talvez ele tenha que arrumar outros meios de sobrevivência, não lícitos - disse Semy Ferraz, deputado estadual do PT-MS.
O último a abolir o benefício foi o Ceará. Na terça-feira passada, por unanimidade, os deputados acabaram com a pensão de R$9.600 para os ex-governadores do estado.
- Se o trabalhador contribui 35 anos para ter direito ao beneficio, porque o governador, sem contribuição, teria o direito a uma pensão vitalícia de R$10 mil? - disse Heitor Férrer, deputado estadual do PDT-CE.
A lei revogada agora já foi pior. Quem governou o Ceará antes de 2002 recebe R$22.000 por mês. O caso mais incrível é do ex-presidente da Assembléia Legislativa, Francisco Aguiar: ele garantiu o benefício depois de chefiar o estado por apenas 83 dias.
Com a decisão da Assembléia Legislativa, o governador Cid Gomes assume o cargo sem direito a receber pensão no fim do mandato. Mas o ex-governador Lúcio Alcântara ainda pode pedir o benefício.
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