A lista de medidas com propostas para uma ampla reforma administrativa do Senado, anunciada na quarta-feira (17) no plenário da Casa, foi assinada por apenas 20 dos 81 senadores. O documento, formulado por um grupo suprapartidário, contendo oito sugestões de reforma, foi oficialmente entregue nesta quinta-feira (18) ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

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O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), responsável por protocolar o documento na presidência, disse que a ideia é que, já na próxima semana, algumas das medidas sejam colocadas em prática como forma de minimizar as consequências negativas da atual crise que enfrenta a instituição. Caso elas não sejam efetivadas Cristovam disse acreditar que ocorra uma divisão dentro do Senado.

"O Senado está dividido entre pessoas que acham que está tudo bem e aquelas que estão indignadas e descontentes. Se o presidente Sarney não aceitar as sugestões, o que vai acontecer é que essa divisão se agrava, se acirra", disse Buarque. "O que mais me preocupa não é a divisão, mas a imagem da Casa", acentuou afirmado que a proposta é uma reforma moralizadora e não estrutural.

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As principais medidas contidas no documento, são a saída do atual diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo, que assumiu o cargo após a exoneração de Agaciel Maia, e a realização de uma auditoria externa na instituição.

Buarque evitou falar na saída de Sarney da presidência do Senado mas discordou das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que Sarney não pode ser julgado como uma pessoa comum. Para Buarque, Sarney optou por continuar na vida política após ter sido presidente da República. Dessa forma, ele deve ser julgado como qualquer homem público.

"Se ele entregasse a Presidência para o [Fernando] Collor e fosse para casa, ele seria um estadista. Mas ele escolheu continuar na política. O presidente Sarney tem que ser julgado por seus gestos e suas falas como presidente do Senado. Sua biografia será julgada pela história", disse Cristovam.