A Gazeta do Povo começou a publicar na terça-feira (8) uma série com curitibanos que vão e que não vão às manifestações do próximo domingo (13). Cada um apresenta seus motivos. Nesta sexta-feira, mais duas personagens.
Eu vou! - Isabella Huyer Souza Moscato
Desde que os protestos começaram, a advogada Isabella Huyer Souza Moscato, 26 anos, não deixou de ir às ruas para mostrar sua indignação com o cenário de corrupção que tem se desenhado no país. Para a deste domingo (13), Isabella acredita que o número de pessoas deve aumentar muito, já que as últimas denúncias tem ligado cada vez mais políticos aos escândalos de corrupção.
“A primeira manifestação foi muito forte e as outras acabando ficando mais mornas por não ter nenhum fato novo. Agora, com o número grande de provas e de escândalos, mais pessoas devem voltar para as ruas”, opinou.
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Leia a matéria completaPara a advogada, as últimas fases da Operação Lava Jato trouxeram dados mais fortes sobre como a corrupção é praticada no país e o cidadão passou a perceber como um problema mais concreto do que abstrato. “Antes ouvíamos as denúncias contra os doleiros por exemplo, que são pessoas mais distantes da sociedade. Hoje, temos governantes que foram eleitos pelo povo sendo acusados. Estamos vendo a corrupção mais próxima de nós”, comentou.
Isabella afirma que vê como legítimo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, caso seja provado um crime. “Como advogada, acredito que ninguém pode ser condenado sem um julgamento. Mas se for provada a culpa, acredito que ela deve deixar o poder”, afirmou.
Para a advogada, as manifestações por si só não devem ter muito impacto no governo, mas pode mudar a forma com que os governantes veem o povo. “No Brasil, a força popular acaba não tendo muito impacto, mas espero que a classe política se sinta constrangida e passe a atuar em nossa defesa”.
Depois da Lava Jato, vemos a corrupção mais próxima de nós.”
Não vou! - Clarissa Maçaneiro Viana
Apesar de considerar protestos e manifestações populares importantes para a construção do país, a advogada Clarissa Maçaneiro Viana, 24 anos, não participará do ato de domingo por concordar com o discurso político que tem sido colocado pelos manifestantes.
“Não acho correto defender a destituição de uma presidenta que foi democraticamente eleita pelo voto popular”, afirmou. Para Clarissa, além da crítica ao Partido dos Trabalhadores, é preciso ter um posicionamento sobre outros casos de corrupção no país, como os que envolvem o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por exemplo. “Há de se fazer a crítica ao PT, mas também ao Cunha e as manobras que ele realiza, ao PSDB, ao PMDB e qualquer partido que esteja sendo denunciado por desvio de dinheiro público”, afirmou.
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Leia a matéria completaA advogada afirma que faz várias críticas ao governo de Dilma Rousseff, principalmente pela política econômica que se mostrou contrária às promessas de campanha de 2014. “As reformas que estão sendo propostas são exatamente o que ela disse que não iria fazer. Tirou dinheiro da educação, do bolso do trabalhador. Os eleitores do Aécio é que deveriam estar gostando das reformas, pois é tudo o que ele disse que faria”, disse.
Clarissa ainda afirma que não deve participar de nenhum protesto em defesa do governo Dilma. “Acredito que a democracia se beneficia com os protestos, mas não sairia em defesa de um governo que tomou um caminho que não é o caminho para o qual ele se propôs”, concluiu.
Precisamos criticar a corrupção como um todo, não só a do PT”.