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As brigas e cobranças públicas do PT por espaço no novo Ministério fizeram com que a já delicada relação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a cúpula do partido azedasse de vez segunda-feira à noite. Após mais uma reunião da executiva petista para elaborar uma lista de nomes e garantir uma pasta para a ex-prefeita Marta Suplicy, Lula chamou ao Planalto o presidente do partido, Ricardo Berzoini, e a comissão política da sigla para dar um ultimato. Irritado, disse que as cobranças e a disputa interna o deixam em situação constrangedora.

Jogando uma pá de cal na pretensão petista de ver Marta no Ministério das Cidades, o presidente pediu que amanhã Berzoini lhe leve apenas três sugestões para os ministérios do Turismo, da Previdência e do Desenvolvimento Agrário, que já é do PT. Ainda assim, não se comprometeu a aceitar as sugestões.

— Estou cansado desse nhenhenhém do PT — disse ele, repetindo uma expressão muito usada pelo ex-presidente Fernando Henrique. — Essas cobranças públicas só me constrangem. Tragam-me três nomes até quarta-feira. Ou o PT resolve isso internamente ou resolvo eu — disse Lula aos petistas, segundo um dos presentes.

O PT e o ministério

A exigência do presidente praticamente acaba com a esperança dos que defendem a escolha da ex-prefeita Marta Suplicy para o Ministério das Cidades.

Ao sair do encontro, o líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), afirmou que o partido deixou o presidente à vontade para fazer a reforma que achar conveniente.

Reunido durante toda a tarde desta segunda-feira com o presidente Lula e a Comissão Política do PT , o deputado Luiz Sérgio, disse que os petistas abriram mão de espaço no futuro ministério, e que o partido apóia Lula até no caso de redução dos ministérios dirigidos pelo partido.

- Expressamos que o presidente por parte da bancada e do partido tem o apoio para fazer as mudanças que ele achar necessárias - afirma. - O presidente tem nosso apoio incondicional até para abrir mão de pastas. O PT apóia o presidente nas decisões que ele achar conveniente. Essa é uma das nossas obrigações - garantiu.

O presidente marcou com o presidente do PMDB, Michel Temer, um encontro para esta terça-feira, quando será decidido o tamanho da participação do partido no novo Ministério. Fortalecido pela vitória na convenção nacional do partido, Temer gerou entre os aliados a expectativa de garantir mais um ministério para o partido, além do da Integração Nacional.

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