O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se referiu à crise das passagens aéreas do Congresso nesta sexta-feira (1º). Lula disse não ver problemas em usar passagens da Câmara para levar a mulher à Brasília.
"Não acho correto. Mas também não acho crime um deputado dar uma passagem para um dirigente sindical ir a Brasília. Eu, quando era deputado em Brasília, muitas vezes convoquei dirigentes da CUT, de centrais para se reunir com passagens do meu gabinete. Graças a Deus nunca levei nenhum filho meu para Europa. Acho que um deputado levar a mulher para Brasília, qual é o crime?", questionou.
As declarações foram dadas após inauguração do Centro Internacional Sarah de Neurorreabilitação e Neurociências, no Rio de Janeiro. Lula visitou o centro acompanhado da mulher, Marisa Letícia.
Lula disse ainda que a prática do uso das passagens pela família de parlamentares não era nova. "Veja agora também a hipocrisia na Câmara, sempre foi assim. As pessoas não tem coragem de assumir e mudar."
O presidente disse que tem questões mais importantes com as quais se importar, como por exemplo, a crise financeira, a reforma política e projetos para melhorar a gestão da saúde no país.
CPMF
Durante a inauguração do centro de neurorreabilitação Lula criticou o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), usada em financiamentos de saúde. Lula se disse magoado e disse que a extinção da contribuição foi uma "cretinice".
"Foi uma pena que tenha caído. Era o imposto mais justo que tinha no Brasil. Caiu por pura ideologia de gente com ódio de enfraquecer o governo Lula. Foi uma cretinice ideológica e política sem precedentes porque temiam um terceiro mandato", disse.
"Tenho uma mágoa. A pequenez da política fez um retrocesso, no PAC da saúde. Um dia, a historia do Brasil mostrará que a pequenez, o jogo rasteiro que toma conta da política, faz com que quem pague seja o povo brasileiro", afirmou Lula.
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