Em seu programa semanal de rádio "Café com o presidente" desta segunda-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que sempre foi contra a reeleição e não pretende participar das discussões sobre o assunto.
"A tese da reeleição está ligada à reforma político-partidária. É preciso que os partidos políticos assumam a responsabilidade de fazer a reforma política no Brasil. E dentro da reforma vai entrar a questão da reeleição", explicou Lula. "Todo mundo sabe o que eu pensava em 2006, eu sempre fui contra a reeleição. Acontece que tem o instituto da reeleição e eu sou um presidente reeleito, portanto, eu não posso agora dar palpite", disse.
Ele avisa que não pretende se envolver na discussão. "Não me peçam opinião que eu não vou dar. Esse é um problema dos partidos políticos, é um problema do Congresso. Eu quero que os partidos resolvam isso, que os candidatos em 2010 resolvam."
Lula também falou sobre sua aproximação com a oposição, principalmente sobre seu encontro com Tasso Jereissati e Antonio Carlos Magalhães. "Eu converso com eles sabendo que são da oposição, sabendo o que pensam e qual a definição do partido deles. Eu não tenho que pensar em eleição em 2010, tenho de pensar em cuidar deste país como se fosse meu filho. Nós precisamos fazer o Brasil dar um salto de qualidade, melhorar as coisas para o povo. E esse compromisso quero compartilhar com eles", afirmou.
"O Brasil está com sua democracia consolidada, com as instituições funcionando bem. Os partidos precisam funcionar cada vez melhor. É preciso que todos trabalhem para reconquistar a credibilidade política nas instituições, sobretudo nos partidos políticos", disse, depois de afirmar que as coisas estão bem na área econômica, que inflação foi controlada e que o Brasil vai crescer de forma robusta nos próximos anos.
Para Lula, após fazer os acordos com a base aliada para montar o governo, é preciso falar com a oposição. "Nós precisamos dar exemplos de uma pátria civilizada, em que o presidente não pode apenas ficar governando com os seus sem lembrar que é importante ouvir quem pensa diferente", justificou. "Quando o presidente não tem mais em seu horizonte a disputa presidencial fica mais fácil governar. Eu não tenho mais o que disputar em 2010, tenho que deixar o Brasil infinitamente melhor do que o Brasil que eu recebi. Isso me dá liberdade para conversar com todos os setores da sociedade. E vou conversar muito mais daqui para a frente", afirmou.
Ele diz que não havia porque não conversar com o Tasso Jereissati, com quem sempre teve uma boa relação que ficou "truncada" no primeiro mandato. "Coube a mim, presidente da República, chamar o Tasso para uma conversa."
O presidente afirmou que problemas de ordem administrativa não podem influenciar os interesses do povo brasileiro, por isso, conversou com governadores que eram da oposição. "Na hora de discutir a questão administrativa, não existe situação e oposição. Há o interesse de milhões de brasileiros que precisamos cuidar conjuntamente. Todos os projetos são de interesse de 190 milhões de brasileiros."
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