Na página do Movimento Brasil Livre, favorável à cassação de Dilma Rousseff, há uma lista com os locais dos protestos. Estão listadas 51 cidades do Brasil e Sidney, na Austrália| Foto: Divulgação/Internet

As manifestações contra o governo, marcadas para o próximo domingo, 15, devem ser caracterizadas pela descentralização. Sem liderança constituída e com vários grupos puxando o protesto, é possível encontrar manifestantes que defendem ou não o impeachment de Dilma Rousseff e até quem peça intervenção militar. Organizados em grupos de Facebook e Whatsapp, as diferentes correntes têm em comum a rejeição ao Partido dos Trabalhadores. Na página do Movimento Brasil Livre, favorável à cassação de Dilma Rousseff, há uma lista com os locais dos protestos. Estão listadas 51 cidades do Brasil e Sidney, na Austrália. O MBL deixa claro em sua página ser contrário a qualquer tipo de intervenção militar.

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Considerado mais radical, o grupo Revoltados On L ine prega o impeachment e promete ir também à Avenida Paulista nesta sexta, quando está marcado um protesto das centrais sindicais. O protesto, liderado pela CUT, chegou a ser considerado pró-governo, mas o Planalto tentou fazer com que a central voltasse atrás na intenção de ir às ruas e não foi ouvido. A CUT nega que a manifestação seja para defender o governo ou o PT. “Às 15h em ponto, nosso caminhão vai entrar na Avenida Paulista tocando o Hino do Impeachment. Qualquer vermelhinho que quiser ficar vai ouvir”, diz Marcello Reis, um dos líderes do Revoltados.

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Ele minimiza as diferenças entre os grupos que estarão no protesto de domingo. Para Reis, de uma maneira ou de outra, todos querem a saída da presidente, seja por intervenção militar, impeachment imediato ou aprofundamento das investigações da Lava Jato. “Na realidade, os intervencionistas, que é uma coisa legal dentro da Constituição, querem antecipar o impeachment. Não que a Constituição não nos deixe, democraticamente, fazer uma intervenção militar. É que a intervenção militar é o último vagão da nossa locomotiva”, argumenta Reis. O movimento Vem pra Rua, grupo que fez vigília em frente à Procuradoria-Geral da República no início do mês, tem um grupo para discutir as manifestações. Eles acreditam que não é o momento para o pedido de impeachment por não existir um fato jurídico para tal.

É comum nestas páginas ver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser chamado de ‘lularápio’ e Dilma Rousseff de ‘presidanta’. Na página “impeachment para a presidenta Dilma”, há um post pedindo a renúncia e dizendo que a petista não tem “um pingo de vergonha na cara”. Há depoimentos de artistas como os músicos Roger, Paulo Ricardo e Mr. Catra, e a apresentadora Sonia Abrão, todos contra a presidente Dilma e o PT.

O evento ‘Impeachment de Dilma Já’ fala sobre as regras do protesto do dia 15. Não serão permitidos, segundo a página, quaisquer camisas ou bandeiras de partido. “Nosso protesto é pacífico, não será permitido bandeiras e camisas de partidos políticos. Vândalos e black blocs serão detidos e entregues à polícia pela própria população”, diz a página. Há um pedido para que os manifestantes compareçam de verde e amarelo “como em 1989”, em referência às manifestações pelo impeachment do presidente Fernando Collor. Os protestos, na verdade, aconteceram em 1992.