Sede do jornal Gazeta do Povo foi depredada pelos manifestantes| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Manifestantes realizaram um protesto contra o governo do presidente Michel Temer (PMDB) e o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na noite desta quinta-feira (1º) em Curitiba. O ato, que teve concentração na Praça 19 de Dezembro, iniciou com uma passeata que percorreu ruas da região central da capital. Durante o trajeto, prédios foram depredados e ônibus, pichados. Segundo a estimativa da Polícia Militar (PM), o grupo é composto por cerca de 400 pessoas. A organização não informou o número de manifestantes.

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Um dos pontos “visitados” pela manifestação foi o prédio da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), entidade que apoiou a deposição da presidente, eleita em 2014 e afastada definitivamente na quarta-feira (31) após julgamento no Senado. No local, manifestantes mascarados fizeram pichações nas janelas e algumas vidraças foram quebradas. Ônibus que se deslocavam pela Avenida Cândido de Abreu, assim como estações-tubo instaladas na via, também foram pichados com palavras de ordem contra o governo recém-empossado. Durante o trajeto, alguns manifestantes jogaram pedras em direção à bancos localizados na Avenida Marechal Deodoro e picharam prédios.

Após percorrer ruas da região central, eles chegaram à Praça Carlos Gomes, onde atiraram pedras em direção à sede da Gazeta do Povo. A porta e várias janelas foram quebradas e paredes, pichadas. Mascarados escalaram o prédio e retiraram a bandeira do Brasil, que ficava hasteada. Os manifestantes também jogaram uma bomba em direção ao jornal, onde permaneceram por aproximadamente dez minutos.

Manifestantes gritam palavras de ordem contra Temer e Richa; assista

Agência do Itaú é atacada na Marechal Deodoro; assista

Viatura da RPC é pichada; assista

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Durante a marcha pelo Centro, próximo ao cruzamento da Avenida Marechal Deodoro e a Rua Barão do Rio Branco, um carro da RPC, do GRPCom, que edita a Gazeta, foi pichado pelos manifestantes e teve que sair rapidamente do local.

Marcha pelo Centro deixa rastro de pichações e lixo queimado

Durante o deslocamento da Fiep até a Avenida Marechal Deodoro, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra Temer e também o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). O juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, também foi alvo dos protestos e chamado de golpista.

No cruzamento das ruas XV de Novembro e Tibagi, eles atearam fogo a uma montanha de lixo. Ao passar por uma agência do Itaú, já na Avenida Marechal Deodoro, os mascarados passaram a atacar pedras contra o banco, sendo que gritos de “sem violência”, “tem que quebrar tudo” e “violento é o Estado” se misturavam na multidão. Alguns manifestantes tentaram conter o grupo.

Próximo da esquina da Rua Conselheiro Laurindo com a Avenida Marechal Deodoro, equipes da PM passaram a acompanhar o protesto e boa parte dos manifestantes mascarados, responsáveis pelo vandalismo, abandonaram a manifestação.

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No entanto, a presença dos policiais, conforme constatou a reportagem da Gazeta do Povo, foi breve e os mascarados voltaram na altura da esquina da Marechal com a Barão do Rio Branco. Neste momento, um carro da RPC, do GRPCom, que edita este jornal, foi pichado e teve que deixar o local.

Na esquina das Marechais (Deodoro e Floriano), os manifestantes voltaram a atear fogo em pilhas de lixo e seguiram até a Praça Zacarias, onde viraram na Rua Doutor Muricy. A partir daí, o protesto passou a ser acompanhado novamente pela PM. O próximo ponto de parada dos manifestantes foi a Praça Carlos Gomes, onde foram atiradas pedras em direção às vidraças do jornal Gazeta do Povo.

Em seguida, eles caminharam em direção à Boca Maldita, tradicional local de protestos na capital. O protesto terminou por voltas das 21h15. Um novo ato está previsto para acontecer no feriado do dia 7 de setembro, que está sendo organizado em várias capitais brasileiras.

Segundo protesto na cidade desde o impeachment

Na quarta-feira, após a aprovação do impeachment, um grupo de cerca de 500 pessoas protestou pelas ruas da região central da capital. Não houve registro de incidentes. Em São Paulo, um protesto similar foi dispersado pela Polícia Militar (PM) com bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral.

Posição da Gazeta

A Gazeta do Povo é favorável e apoia manifestações públicas que traduzem a liberdade de expressão, mas condena todo e qualquer tipo de violência e vandalismo, decorrentes desses atos públicos.

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Viatura da RPC é pichada