Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo
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Preso em flagrante sob acusação de homicídio doloso, o motorista do caminhão que provocou a segunda série de mortes nos acidentes na BR-282, Rosinei Ferrari, de 28 anos, contou a uma equipe de reportagem da RBSTV que faltou freio ao veículo e que tentou evitar o acidente, acionando a buzina e dando sinal de luz. Vinte e sete pessoas morreram e mais de 90 ficaram feridas na tragédia, que aconteceu na noite de terça-feira, em Santa Catarina.

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Um dos agricultores sobreviventes, Laiton Martins, disse que foi salvo pelo barulho da buzina:

- Foi a buzina que me salvou, aí nós pulamos, corremos - disse.

Porém, para o delegado titular de Descanso, Rudinei Charão Teixeira, não restam dúvidas de que Ferrari "assumiu o risco de matar, sem pensar nas conseqüências de seu ato".

A mulher do caminhoneiro, Luciane Ferrari, 27 anos, contou que o marido havia reclamado de defeitos no caminhão e que o acidente foi uma fatalidade.

Até o fim de semana, o delegado disse que terá acesso aos laudos preliminares do Instituto Geral de Perícias, que poderão elucidar momentos cruciais dos acidentes, como a suposta falha no sistema de freios do caminhão, a velocidade do veículo e o comportamento do motorista. Caso seja considerado culpado, Ferrari poderá ser condenado a uma pena que varia de seis a 20 anos de prisão.

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O motorista - que teria começado a dirigir em estradas há cinco meses - está internado no Hospital São José, no município de Maravilha, sob forte escolta policial, porque foi ameaçado por parentes das vítimas. Quando tiver alta, será transferido para a Cadeia Pública de Descanso, onde será ouvido pela polícia. Sobreviventes dos dois acidentes e testemunhas serão ouvidos nos próximos dias. O inquérito só deve ser concluído em novembro.

Cinqüenta pessoas continuam internadas, sendo três em estado grave

Por volta das 20h30m de terça-feira, para fugir do engarrafamento provocado pela colisão entre um ônibus e um caminhão, Ferrari seguiu na contramão até se chocar com carros das equipes de resgate. Pelo menos sete pessoas morreram no primeiro impacto. Com o avanço da carreta, morreram outras 20, inclusive bombeiros e policiais que trabalhavam no resgate, jornalistas que cobriam o acidente e curiosos. Todas as 27 vítimas foram identificadas pelo Instituto Médico Legal (IML). Cinqüenta pessoas ainda estão internadas, sendo três em estado grave.

- Estavam os bombeiros, a ambulância, guinchos, todos parados quando, de repente, veio uma carreta a mais de 130 quilômetros por hora descendo a serra, levando gente, levando carro de bombeiros, carros de polícia, guinchos, levando tudo junto - contou um senhor.